Presente pro Acauan (e para os demais provavelmente)

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Comentários

  • Sobre FHC e privatizações:
  • A tentativa de criar um equivalente ao bombardeiro B-1 levou os soviéticos à falência e acabou com a guerra fria
    Though the bomber was criticized at home, Russians were in awe of the B-1, designed to fly a few hundred feet off the ground near the speed of sound, and were unable to duplicate its capabilities, said Robert Cattoi, former chief engineer at Rockwell.“A group of us from Rockwell were in Krasnoyarsk [Russia], having dinner with some of their astronauts and Air Force generals, when one of them asked me, ‘Do you know Sam Iacobellis? If you see him, tell him he was far more responsible for ending the Cold War than he might realize. We didn’t have the resources to match it,’” Cattoi said. “It was the straw that broke the camel’s back.”
    http://www.latimes.com/local/lanow/la-me-iacobellis-obit-20160906-snap-story.html
    545178-1024x531.jpg&w=1484
  • Fernando_Silva disse: Soap_Opera_Over_Kabul.jpg

    Eu lembro de um jogo de videogame com esse nome.
  • Soldier_of_Fortune_Coverart.png


    Excelente game.
  • "Soldier of fortune" - Deep Purple
  • Mercenários eram assunto da moda nos anos 80 e 90, eram comuns filmes e episódios de séries com eles sobre os quais havia uma mística de serem supersoldados.
    Na verdade eram na média inferiores a qualquer força especial de forças regulares e menos confiáveis que qualquer tropa nacional, mesmo porque, em sendo mercenários é óbvio que nenhum deles tinham intenção de morrer pela causa dos outros.
  • Me fez lembrar isso:

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    Que aliás esta é a linha de brinquedos mais querida pelos americanos.
    Acauan disse: Mercenários eram assunto da moda nos anos 80 e 90, eram comuns filmes e episódios de séries com eles sobre os quais havia uma mística de serem supersoldados.
    Na verdade eram na média inferiores a qualquer força especial de forças regulares e menos confiáveis que qualquer tropa nacional, mesmo porque, em sendo mercenários é óbvio que nenhum deles tinham intenção de morrer pela causa dos outros.

    Sem contar os filmes de exércitos de um homem só: com Arnold, Chuck Norris e Cia.
  • Lembrei do "Esquadrão Classe A"
  • Judas disse: Lembrei do "Esquadrão Classe A"

    Saudades disso tudo.
  • editado June 2017
    Judas disse: A Guerra dos Seis Dias

    Poucas cenas de guerra filmadas foram tão marcantes quanto a das tropas de Israel chegando ao Muro das Lamentações em Jerusalém Oriental e fazendo uma pausa em meio à batalha para orar.
    No mais, sobre esta guerra, que serviço bem feito de Israel.
  • editado June 2017
    Acauan disse: 
    Mercenários eram assunto da moda nos anos 80 e 90, eram comuns filmes e episódios de séries com eles sobre os quais havia uma mística de serem supersoldados.
    Na verdade eram na média inferiores a qualquer força especial de forças regulares e menos confiáveis que qualquer tropa nacional, mesmo porque, em sendo mercenários é óbvio que nenhum deles tinham intenção de morrer pela causa dos outros.
    1. Machiavel, em "O Príncipe", faz uma análise comparativa das vantagens e desvantagens de se ter um exército de mercenários em relação a um exército formado por cidadãos do país.

    2. Na Guerra dos 30 Anos, nenhum príncipe tinha exército próprio, portanto a maior parte dos combatentes era de mercenários, que trocavam de lado conforme o pagamento e outras vantagens oferecidas. Como faltavam mercenários devido à grande procura, convocaram até condenados à morte em troca do perdão. A permissão de saquear cidades e fazendas era parte do pagamento e o resultado foi a devastação da Alemanha.
  • Israel e o Mundo Árabe: seis dias de guerra, 50 anos de conflito

    Embate ainda dita as crises na região

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    Há 50 anos, a foto de três paraquedistas chegando ao Muro das Lamentações, após a batalha por Jerusalém, tornou-se uma das principais imagens da guerra. No aniversário do conflito, Tzion Karasenti (à esquerda), Yitzhak Yifat (centro) e Chaim Oshri (direita) voltaram à Cidade Velha. Como na época nenhum havia estado no Muro das Lamentações, sob controle jordaniano desde 1948, não sabiam ao certo se tinham capturado o “Muro real”. “Todos falavam do ‘Kotel’, mas aquele dia foi o primeiro em que estivemos lá”, lembrou Oshri. Eles chegaram após 48 horas de combate e muitos começaram a chorar. Só ao fim da guerra descobriram que a imagem se tornara famosa. - David Rubinger/Menagem Kahana / AFP

    Já se vão 50 anos daquela manhã de segunda-feira, descrita pelo poeta israelense Abba Kovner, como “uma manhã daquelas em que um homem se levanta e se pergunta como, num dia assim, uma guerra pode estourar”. Meio século depois dos alarmes de defesa soarem por todo o país e Israel lançar um ataque aéreo sobre pistas de pouso no Egito, o conflito, que chegou ao fim no sábado daquela semana, permanece vivo nas sempre turbulentas relações do Oriente Médio.

    O ataque de 5 de junho de 1967 foi uma reação ao bloqueio do Estreito de Tiran e às concentrações de soldados nas fronteiras por parte dos países vizinhos, em especial, o Egito. A Península do Sinai, ocupada por Israel na guerra de 1948-49, havia sido devolvida aos egípcios no fim do conflito. O Egito também ocupava a Faixa de Gaza, que abrigava mais de 200 mil refugiados palestinos. Nas Colinas de Golã, na divisa de Israel com a Síria, a área desmilitarizada que separava os dois países era palco de frequentes incursões de soldados e ações provocatórias. A Cisjordânia e a porção oriental de Jerusalém estavam sob controle da Jordânia, numa anexação internacionalmente contestada. Cinco dias após o ataque, todos os territórios eram controlados por Israel.

    Para o historiador Shlomo Sand, professor da Universidade de Tel Aviv, o triunfo no confronto deixou os israelenses em um “beco sem saída”.

    — Israel ampliou seu território, e passou a controlar locais que povoam o imaginário da população como lares ancestrais dos judeus — afirma. — Mas também herdou a enorme população desses locais e se viu impossibilitado de anexar os territórios, já que isso obrigaria a absorção dos habitantes, o que contraria a ideia de um Estado judeu.

    Para Sand, o enfraquecimento do pan-arabismo defendido pelo líder egípcio Gamal Abdel Nassser foi um triunfo mais importante para Israel do que o controle sobre os novos territórios.

    — A responsabilidade inicial pela guerra é de Nasser, mas não creio que ele, apesar de sua retórica, e da enorme hostilidade contra o país na época, tivesse planos de destruir Israel, pelo menos naquele momento — avalia Sand. — Israel queria destruir a ideologia pan-arabista promovida por Nasser, e a vitória na Guerra dos Seis Dias foi, nesse aspecto, um golpe formidável contra as aspirações árabes.

    MAIS DE 30 PAÍSES AINDA NÃO RECONHECEM ISRAEL

    O historiador Efraim Karsh, da Universidade Bar-Ilan e do King’s College de Londres, afirma que o conflito de 1967 foi determinante para as aspirações nacionalistas dos palestinos.

    — Embora tenha sido uma continuação de conflitos anteriores, a Guerra dos Seis Dias ajudou a colocar a questão palestina no mapa. Até então, o mundo não sabia que os palestinos existiam — diz Karsh, que rejeita a noção de que o conflito tenha sido motivado por um desejo expansionista. — Afirmar que não havia risco iminente contra Israel é absurdo. Os árabes tentaram destruir Israel em 1948, tentaram novamente em 1956, e continuariam tentando. Judeus têm sido perseguidos desde o início de sua História, e a única explicação que encontro para um revisionismo é uma espécie de Síndrome de Estocolmo por parte de historiadores israelenses.

    Comunidades judaicas no Oriente Médio e no Norte da África foram alvo de perseguições após a vitória israelense. Nações como Egito, Síria, Líbano, Iêmen, Iraque, Líbia, Tunísia e Argélia, que abrigavam centenas de milhares de judeus antes do conflito, tiveram suas comunidades locais praticamente extintas, com a vasta maioria da população partindo para Israel, EUA e França. Judeus ainda mantêm alguma presença em países como Irã, Turquia e Marrocos, ainda que em números consideravelmente menores que os registrados décadas atrás. Nesta semana, o rei marroquino Mohammed VI anunciou que não participará de uma cúpula em Monróvia, na Libéria, devido à presença do premier israelense, Benjamin Netanyahu.

    Somente em 1980, o Egito restabeleceu relações diplomáticas com Israel, que retirou suas tropas da Península do Sinai em 1982, e devolveu a cidade fronteiriça de Taba em 1989. Em 1994, foi a vez de a Jordânia assinar um tratado de paz com Tel Aviv. Ainda assim, em 2017, 31 dos 192 países que integram as Nações Unidas — entre eles todos os Estados do Golfo Pérsico — não reconhecem a existência de Israel, e um visto israelense no passaporte impossibilita a entrada em pelo menos oito países.

    — Nada mudará até que os palestinos e os países árabes reconheçam a existência de Israel. Israel retirou suas tropas do Sinai e de Gaza, mais de 90% dos palestinos hoje vivem sob o comando de seus próprios líderes, mas nada disso adiantou — afirma Karsh. — E esse cenário não mudará, porque os países árabes nunca deram a mínima para os palestinos. Apenas usam sua causa para levar adiante sua própria agenda anti-Israel.

    Já Sand acredita que a sociedade israelense se habituou às condições estabelecidas após a Guerra dos Seis Dias.

    — A vasta maioria dos israelenses quer um Estado unicamente judeu, por isso busca perpetuar o status quo, que reproduz características semelhantes às do apartheid. Israel nunca saiu de Gaza. Transformou o território em uma espécie de reserva indígena para abrigar cidadãos indesejáveis sem integrá-los — afirma o historiador, que não acredita numa solução política para o conflito. — Um único Estado binacional nunca foi opção verdadeira. Ninguém teria sido capaz de transformá-la em realidade. E a solução de dois Estados também me parece inviável, já que não creio que uma das sociedades mais racistas do mundo poderá aceitar um Estado palestino a seu lado. A solução estaria na criação de uma confederação, mas nenhum político seria capaz de levar isso adiante. É algo que só seria possível com pressão externa e ações da sociedade civil.

    Cinco décadas após a Guerra dos Seis Dias, Síria e Israel se mantêm, oficialmente, em estado de guerra, e o Líbano é classificado como um “Estado inimigo”, mas as hostilidades entre Tel Aviv e o mundo muçulmano parecem mais restritas ao campo diplomático. Ainda assim, Karsh não crê que a ameaça tenha sido extinta.

    — Países árabes e muçulmanos enfrentam muitos problemas com o terrorismo, e o Hezbollah, no Líbano, ainda representa uma ameaça — afirma. — No entanto, o maior perigo ainda vem do Irã, que graças ao desastroso acordo nuclear promovido por Barack Obama, pode muito em breve ter a chance de causar danos graves. Talvez se Donald Trump levar adiante a promessa de mover a embaixada para Jerusalém, os palestinos e os países árabes levem a sério a necessidade de reconhecer Israel.
    https://oglobo.globo.com/mundo/israel-o-mundo-arabe-seis-dias-de-guerra-50-anos-de-conflito-21433387#ixzz4j2sHJHbv 
  • Postado Por Carlos Cardoso em 08 06 2017 em Engenharia, História

     20170608uss-yorktown.jpg
    No começo de maio de 1942 a situação estava ruim para as forças americanas no Pacífico. Os japoneses intensificavam sua campanha, invadindo mais e mais ilhas, colocando em risco direto o Hawaii e, em última análise, a Costa Oeste dos EUA. A tentativa de deter essa expansão foi a Batalha do Mar de Coral, e foi um desastre.
     As duas forças estavam praticamente equiparadas, os EUA tinham um avião a mais que os japoneses, mas muito menos experiência. Ao final cada um dos lados perdeu um dos dois porta-aviões de suas frotas. Para o fundo do mar foi o USS Lexington.
     20170608crew_abandons_burning_uss_lexington_cv-2_during_battle_of_coral_sea_1942.jpg
    O USS Yorktown sobreviveu, mas foi muito danificado, seu convés de vôo foi destruído, bombas explodiram depósitos de combustível, várias das caldeiras estavam fora de operação. Ele rastejou de volta para Pearl Harbor, rezando para nenhum submarino japonês aparecer e terminar o serviço, seguindo a longa trilha de óleo vazando dos tanques avariados.
     Na matemática a batalha foi um empate, na prática o Japão iria continuar, com ataques que incluiriam as Aleutas, com a Batalha de Dutch Harbor, a 0 milhas de Dutch Harbor.
     No meio do caminho, havia Midway, um atol que é pouco mais que um conjunto de pistas de pouso, mas estrategicamente essencial tanto para atacar o Japão quanto para defender o Hawaii:
     20170608loc5-1.jpg
    A certeza de que Midway seria o alvo veio de um erro japonês: durante o ataque a Pearl Harbor, quando bombardearam o USS Tennessee não mataram um dos tripulantes, este cara aqui:
     2017060805x.png
    Ele é o tenente-comandante Joseph Finnegan, o mais genial do grupo de desajustados da Estação Hypo, um grupo de criptografia da Marinha dos EUA, especializados nas cifras usadas pelos japoneses.
     A grande dificuldade, além da criptografia em si, era que muitas das informações eram pré-criptografadas, assim se um número ou lugar era mencionado, eles usavam um código gerado por outra cifra. Na época eles só conseguiam decifrar 15% das mensagens japonesas, mas um golpe de sorte ajudou.
     Com uma tabuladora de cartões perfurados da IBM Finnegan descobriu um código em especial, AF. Um piloto japonês avisou por rádio que estava passando por AF. Calculando o tempo de vôo, condições climáticas e vários outros fatores, por eliminação AF só poderia se referir a Midway.
     201706081372331.jpg
    O tráfego de rádio japonês estava aumentando bastante, sinal de que algo estava sendo planejado. Finnegan precisava confirmar que AF era, de fato Midway. Fizeram com que uma estação da ilha transmitisse uma mensagem de rotina, sem código, dizendo que os dessalinizadores de Midway estavam quebrados.
     No dia seguinte uma mensagem japonesa foi interceptada. Falava que precisavam incluir dessalinizadores no material a ser levado para AF.
     Quando veio a mensagem marcando o dia do ataque, Finnegan já havia conseguido decriptar o pré-código japonês para datas. Seria entre 4 e 5 de junho de 1942.
     O Almirante Chester Nimitz decidiu que o Almirante Yamamoto não faria de Midway um novo Pearl Harbor, mas as condições de batalha eram extremas. Os japoneses estavam com 4 porta-aviões, o Akagi, o Kaga, o Soryu e o Hiryu. Os americanos só tinham disponíveis o USS Hornet e o USS Enterprise.
     Nesse momento entrou em ação a inventividade e capacidade industrial dos EUA. O Yorktown estava chegando ao porto, as melhores estimativas previam 3 meses de reparos para que ele voltasse a ter condições de combate. Nimitz achou isso inaceitável.
     Foram mobilizados 1.500 trabalhadores, todo mundo disponível foi alocado a uma unidade de reparos. O Yorktown foi colocado em condições de combate em 24 horas, uma empreitada completamente insana, o tipo de situação heroicamente desesperada que só acontece em guerras.
     Com três porta-aviões, Nimitz mobilizou a frota a nordeste de Midway, para emboscar os japoneses.
     20170608battle-of-midway-turns-tide-of-pacific-war-3.jpg
    A ilha foi fortificada, mais de 100 bombardeiros foram transferidos secretamente, tudo que pudesse atirar estava apontado para cima. A estratégia era esperar o ataque japonês, lançar os bombardeiros antes que o inimigo chegasse na ilha e encontrar os porta-aviões com os conveses repletos de aviões da segunda leva, carregados de bombas e combustível.
     O problema agora era achar os japas. Em 1942 não havia satélites nem celulares pra algum idiota instagramar que está prestes a atacar os EUA. O problema aliás era mútuo. Os japoneses achavam que tinham o elemento-surpresa, mas por precaução lançaram aviões de reconhecimento. Só que lançaram apenas 7, para cobrir uma área de quase meio milhão de quilômetros quadrados.
     Os americanos lançaram aviões da frota em alto mar E de Midway, só da Ilha foram mais de 20 do venerável PBY Catalina, lotados de tanques de combustível extras para aumentar a autonomia.
     Acompanhar a frota japonesa agora era mais simples, e quando lançaram o ataque Midway respondeu lançando um contra-ataque, mas uma frota de pilotos novatos e terem se perdido dos caças de escolta foi uma combinação fatal. Os torpedeiros precisavam voar baixo e nivelado para atacar os porta-aviões, se tornando alvos ideias para os japoneses. Praticamente nenhum avião voltou. Nenhum navio japonês foi atingido. Houve UM único sobrevivente, o Alferes George Gay, o da direita:
     20170608vt8-g-gay-may42.jpg
    Nesse ponto a sorte japonesa começou a mudar. A segunda leva estava preparada para lançar mais bombas em Midway, mas os aviões indicavam que havia porta-aviões inimigos. Foi decidido gastar meia-hora trocando as bombas por torpedos.
     Um avião japonês avistou a esquadra americana, mas seu rádio deu defeito, não conseguiram alertar o Comando. Os aviões começaram a decolar, desfechando ataques decisivos contra a frota imperial. Quer dizer, quando tinham bombas. Uma falha nos disparadores elétricos fez com que boa parte dos caças do Yorktown jogassem as bombas no mar, em vez de só armá-las.
     Nesse ponto o Almirante Nagumo, mesmo tendo uma visão bem mais detalhada do que Yamamoto, 400 km atrás, no Yamato mudou de idéia de novo e decidiu prosseguir com a missão. Agora os aviões levariam bombas e voltariam a atacar Midway.
     Quando o avião de reconhecimento perdido finalmente chegou ao alcance do rádio convencional e avisou da frota, Nagumo mudou de idéia de novo e mandou os aviões atacarem os navios americanos, com o que quer que estivessem levando, torpedos ou bombas.
     O ataque americano não foi muito bom, principalmente por falta de experiência, o Yorktown estava nos trinques mas o Enterprise e o Hornet ficaram abaixo das expectativas. Eles levaram uma hora para colocar no ar 117 aviões. A frota japonesa lançou 108 caças em menos de 7 minutos.
     Para piorar o torpedeiro dos EUA, o TBD Devastator se mostrou um lixo. TODOS os 15 do primeiro ataque foram destruídos. Depois perderam 10 de 14 lançados, e mais 10 de de um grupo de 12. Nenhum torpedo causou dano, os poucos que atingiram o alvo não explodiram. Foi o fim da carreira do Devastador na Marinha dos EUA.
     O ataque continuou, dessa vez com bombas. O tenente-comandante Best conseguiu sua Estrela da Morte, ao lançar sua única bomba contra o porta-aviões Akagi. Ele atingiu a borda do elevador principal, a bomba penetrou no hangar e explodiu, levando junto dezenas de aviões armados e abastecidos. Os japoneses ficaram perdidos, por não praticarem… controle de danos.
     A filosofia da marinha imperial tratava engenheiros como figuras inferiores: não havia honra em consertar danos de combate, isso era trabalho de funcionários de estaleiro, todas as tropas eram concentradas em combate. O objetivo era vencer, e rápido. A hierarquia altamente estratificada impedia inciativas individuais, o que é essencial nessas situações. Foi isso que salvou o Yorktown da primeira vez.

     A frota americana agora batia em retirada, três porta-aviões japoneses em chamas, afundando. Somente o Hiryū permanecia inteiro, e lançou um contra-ataque. Seus aviões localizaram o Yorktown, miraculosamente funcionando com seus reparos feitos em 24 h. Três bombas acertaram o convés, destruíram caldeiras e causaram danos extensos, a ponto do Almirante Fletcher mudar sua nau capitânea para o cruzador USS Astoria.
     As turmas de reparos, provavelmente comandadas por um sujeito chamado Scotty começaram a trabalhar, em uma hora o Yorktown estava navegando a 19 nós, parte das caldeiras reparadas e o deck pronto para lançar novos aviões.
     A segunda leva de aviões japoneses apareceu, e atacaram com tudo que tinham o pobre Yorktown. Dois torpedos o atingiram, acabando com sua propulsão, ele se tornou um alvo estático, fazendo água com uma inclinação de 23 graus. Metade dos aviões japoneses foi derrubada nesse ataque, mas era hora de abandonar o navio.
     20170608da641c539878d22bb3013a230dc83879.jpg
    Mesmo em sua morte o Yorktown deu um último golpe nos japas: as turmas de reparo foram tão eficientes que quando a segunda leva atacou, acharam que era outro porta-aviões, então reportaram que haviam afundado dois, portanto os americanos só teriam um navio restante.
     O pior de tudo é que eles estavam tecnicamente certos. O Hornet se confundiu com as comunicações, acabou lançando os aviões tarde demais. Era hora de mais uma vez garantir que o mundo nunca se esqueça do nome ENTERPRISE!
     Complementado pelos aviões órfãos do Yorktown, o Enterprise lançou 24 bombardeiros contra o Hiryu, que enfrentaram 12 caças Zero protegendo o porta-aviões inimigo, as baterias anti-aéreas e todos os navios menores em volta, e conseguiram acertar nada menos que cinco bombas.
     Ferido de morte o Hiryu resistiu em chamas por toda a noite, mas no dia seguinte foi declarado perda total. Soaram os avisos de abandonar o navio. O contra-almirante Yamaguchi e o capitão do Hiryu, Tomeo Kaku tomaram a mais honrada e mais difícil das decisões, e afundaram junto com o Hiryu.
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    Midway foi uma batalha onde a tática, a estratégia, a inteligência e a iniciativa individual venceram a força bruta. O plano do Almirante Yamamoto dependia de surpresa estratégica, e não tinha uma contingência caso o inimigo soubesse de tudo. Os americanos por sua vez tiveram a iniciativa, o que é sempre bom, mas erraram muito tanto na falta de treinamento quanto nos problemas técnicos.
     No final o Japão perdeu quatro de seus dois principais porta-aviões, e para piorar também foram enxotados de Dutch Harbor, onde nem com dois porta-aviões conseguiram invadir o porto.
     Grandes Batalhas Navais com certeza ocorrerão no futuro, mas em tempos de mísseis, drones e railguns, serão por demais impessoais. Longe de mim desmerecer gamers mas não é preciso muita coragem para pilotar um drone em batalha, estando a 5.000 km da linha de frente.

     http://meiobit.com/366892/ww2-batalha-de-midway-completou-75-anos/
  • Na matemática a batalha foi um empate

    Na matemática talvez.

    Estrategicamente os EUA venceram porque sobrou-lhes mais força. As perdas representavam mais para o Japão do que para os EUA.

     
  • Lembro da Guerra do Yom Kipur. Eu estava na faculdade e a torcida era toda a favor de Israel.
    As esquerdas ainda não tinham decidido que eles eram o inimigo.
  • editado June 2017
    Fernando_Silva disse: Lembro da Guerra do Yom Kipur. Eu estava na faculdade e a torcida era toda a favor de Israel.
    As esquerdas ainda não tinham decidido que eles eram o inimigo.

    Até os anos 80 os esquerdistas temiam se opor a Israel e serem taxados de antissemitas, o que os aproximaria ideologicamente do nazismo, cujo trauma ainda era muito recente.
    Depois veio a estratégia publicitária conduzida pelos árabes, que de tanto apanhar que nem gato no saco de Israel no campo de batalha desviaram a luta para o campo ideológico, construindo a historinha do Israel poderosão que oprime um povo coitadinho, negando a realidade do pequeno país que sobrevive bravamente enfrentando uma coalisão de nações inimigas dezenas de vezes mais numerosa em população e recursos.
  • Judas disse:
    Na matemática a batalha foi um empate

    Na matemática talvez.

    Estrategicamente os EUA venceram porque sobrou-lhes mais força. As perdas representavam mais para o Japão do que para os EUA.

    O tempo corria a favor dos Estados Unidos que a cada minuto ficavam militarmente mais fortes numa velocidade que era impossível ao Japão competir.
    Um empate técnico nesta realidade era uma vitória, pois era o Japão que precisava conquistar o máximo de terreno possível antes que a America mobilizasse todo seu poderio.
Esta discussão está fechada.