ACEITACIONISTAS - contágio aliado com a vacina é muito bom

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Comentários

  • Piada mortal.
    29/01/2022
    DESFAVOR
    DESFAVOR DA SEMANA
    https://www.desfavor.com/blog/2022/01/piada-mortal/

    O escritor e influenciador Olavo de Carvalho morreu aos 74 anos na noite desta segunda (24), segundo nota divulgada pela família nas redes sociais do escritor; a causa da morte não foi informada. (..) Olavo de Carvalho havia sido diagnosticado com Covid-19 oito dias antes. LINK

    Muita gente comemorou a morte, muita gente ficou ofendida por comemorarem; mas no final das contas é mais uma falsa polêmica e mais um Desfavor da Semana.


    SALLY
    "Muita gente já sugeriu falar dele aqui no Desfavor, principalmente em Processa Eu. Somir chegou a sugerir, salvo engano, em um Desfavor da Semana. Eu sempre me recusei a falar nele. Mas hoje eu quero falar, pois, finalmente, ele deixou uma mensagem positiva para os brasileiros: fez o favor de morrer de covid, mostrando 1) que a pandemia existe (apesar de ele ter dito que não); 2) que o vírus mata quem tem CPF (apesar de ele ter dito que não) e 3) que ele era burro para um caralho.

    “Ain Olavo não morreu de covid, morreu de sepse”. Isso seria o mesmo que dizer que Marília Mendonça não morreu de acidente de avião, morreu de politraumatismo. A causa da morte é sepse, a sepse não é autônoma, o corpo do nada não desenvolve sepse. A sepse é uma das consequências mais comuns em mortes por covid. O sujeito anunciou que ia se afastar das aulas que dava pois teria que ser internado por covid, dia depois morre e vocês vão querer dizer que não foi de covid? Demoji de meia hora de cu para vocês.

    Neste ponto do texto, já deve ter Felipe Neto Cover preparando o discurso de que não se comemora a morte de alguém. Deixa eu te contar uma novidade: quem dera esse fosse o problema. Quem dera existisse um brasileiro, um único brasileiro, fosse tão virtuoso a ponto de poder abrir a boca e reclamar disso sem fazer coisa pior. Comemorar morte é errado sim, mas pior do que isso é ser um hipócrita.

    Comemorar morte de outra pessoa por diferenças políticas, por diferenças ideológicas e outras questões pequenas não é legal. Mas jogar no mesmo saco do que fizeram com Olavo de Caralho? Não está no mesmo saco não, desculpa aí irmão, mas é completamente diferente.

    Reitero: não acho legal comemorar a morte de ninguém, mas existem graus de reprovabilidade. Comemorar que o vizinho que pegou emprestado martelo e não devolveu morra é uma coisa, comemorar que Hitler morra é outra. Olavo de Caralho fez discursos que causaram mortes. Uma pessoa que negou a existência da pandemia, a letalidade do vírus e as mortes que ele causou. Uma pessoa que dizia que as pessoas podiam sair de casa sem vacina sem correr risco.

    Vocês acham que se o Olavo tivesse morrido engasgado com uma batata-frita teria gerado a quantidade de comentários que gerou? Duvido muito. O foco foi em morrer de covid, algo que ele negava. O que as pessoas estão comemorando é a verdade vindo à tona: um negacionista que provou ao mundo que não compensa ser negacionista, pois morreu em extremo sofrimento uma morte que poderia ter sido evitada. Vacinas são necessárias, vacinas não são perigosas, vacinas funcionam, vacinas salvam vidas.

    Se Olavo escolheu o caminho de colocar sua vida publicamente em risco, quanto tinha todas as chances de fazer diferente, ele faz de sua morte um assunto público. Uma coisa é avião de candidato cair e ele morrer: não tem vacina para avião não cair e o candidato não estimulou um comportamento que coloca a vida de ninguém em risco. Outra coisa é uma pessoa que voluntariamente escolheu se colocar em risco e estimulou outros a se colocarem em risco. Vai ser chamado de burro, vai ser motivo de piada, vai ser discussão de internet. É bonito? Não. Mas eu sinceramente não acho essa falha ética e de caráter gravíssima que andam falando.

    O mais curioso é que esse discurso virtuoso vem de pessoas com zero background para fazê-lo: petista que comemorou facada de Bolsonaro (ou fica reclamando da facada maldada) ou bolsonarista que tá sempre gritando “CPF cancelado”. Para desfilar suas virtudes de forma válida, é preciso coerência. Se você quer levantar a bandeira do “é incorreto comemorar a morte”, você nunca pode ter feito nada parecido com isso, caso contrário, não é virtude, é uma hipocrisia do caralho para posar de superior.

    E, vejam bem, no mérito eu nem discordo. É incorreto comemorar morte sim. E as pessoas, inclusive eu, tem o sagrado direito de quererem ser incorretas. Eu fiz piada com a morte do Olavo o dia inteiro. É correto? Provavelmente não. Eu me importo? Definitivamente não, pois não sou hipócrita e nunca levantei a bandeira do politicamente correto. Muito pelo contrário, né? Escrota? Provavelmente. Hipócrita? Não, obrigada.

    Esse é o problema dos levantadores de bandeiras: eles acabam escravizados por elas e não conseguem sustentar o discurso. Mais fácil ter pena de quem precisa ostentar esse tipo de “virtude”, pois, se precisa ser ostentada, provavelmente não é real. Integridade é isso: o que você pensa é o que você sente, o que você sente é o que você fala, o que você fala é o que você faz. Eu prefiro eventualmente ser politicamente incorreta, mas ser íntegra.

    Agora tá aí, o povo cagando uma regra sobre piada com Olavo de Caralho. Não tem coisa mais importante acontecendo não, gente? Se a intenção é apontar o erro, a falha de caráter, a falta de ética, acho que tem qualquer meia dúzia de coisas piores sendo feitas no momento, não?

    Não posso falar pelos outros, mas posso falar por mim. Eu não comemoro a morte dele, mas comemoro que o brasileiro tenha recebido uma belíssima lição: vejam o que acontece com quem não acredita no perigo que o vírus gera. Olha aí a Ômicron “mais leve”, “que não mata”, a pandemia que “já está acabando”. Estou cagando baldes para o que acontece com Olavo, tanto é que em 13 anos nunca me dignei a falar dele. O que me interessa é a lição que essa morte deixa. Isso eu comemoro.

    Comemoro que o lado que está causando dano e mortes fique desmoralizado. Comemoro que parte do povão vai finalmente entender o perigo que é não se vacinar. Comemoro que o que a gente vem avisando há dois anos se provou, na vida real, de forma concreta – não por ego, mas por acreditar que isso vai fazer com que muitas pessoas que estavam na dúvida passem a se cuidar. E acredito que seja isso o que a maioria das pessoas está comemorando.

    Negacionistas são pessoas que estão fazendo mal, literalmente, ao mundo todo. Estão instigando comportamentos que matam, que ajudam um vírus, que podem provocar mutações incontroláveis. Se o preço para ventilar seus erros e tirar sua credibilidade é ser politicamente incorreto, eu tô na fila dos que pagam esse preço. Não estou feliz por Olavo de Caralho estar morto, estou feliz por ficar público, notório e incontestável que vacinas e cuidados são necessários.

    É errado comemorar morte ou comemorar um evento que gerou morte? É sim. Mas eu tenho a consciência de que eu não tenho moral de apontar o dedo a ninguém e recriminar isso, pois o faço, por acreditar que o saldo final (desmoralizar negacionismo) é mais positivo para a sociedade. Não escolheu se arriscar? Taí. Quem planta merda colhe bosta.

    Comemorar morte é errado, mas é mais errado ainda cagar regra sobre comemorar morte quando você comemora outras coisas incorretas. Não existe coerência seletiva: ou critica e não faz, ou faz e não critica.

    Para dizer que Olavo morreu devendo uma chupada de cu ao Caetano Veloso, para dizer que até a filha dele comemorou a morte ou ainda para dizer que você se sente melhor quando aponta o erro alheio: sally@desfavor.com"



    SOMIR
    "Desde os tempos de Orkut que eu discuto com gente “influenciada” por Olavo de Carvalho. E eu coloco a palavra em aspas porque havia um componente forte de idealização sofre a filosofia professada por ela: desde que você tivesse alguma tendência conservadora, podia usar partes do discurso olavista para dar sustentação à sua própria visão de mundo.

    Nesse sentido, Olavo de Carvalho e Bolsonaro muito se pareciam, boa parte de seus fãs não tinham tanto interessa em se aprofundar quanto de ter uma figura para projetar suas próprias ideias sobre o mundo. Pegue qualquer achismo ou preconceito seu, aplique num dos dois, e de repente você se sente muito menos sozinho dentro da sua cabeça.

    Eu digo isso porque Bolsonaro não age da forma como seus defensores querem, muitas vezes faz o contrário, mas não perde sua base fanática. Já Olavo de Carvalho eu posso colocar na conta da burrice média mesmo: mesmo que o guru conservador falasse muita besteira e tivesse uma tendência horrível de negação científica, suas ideias, textos e aulas eram mais densas intelectualmente do que o cidadão médio costuma entender.

    A pessoa não quer se sentir idiota por ter amigo imaginário, a pessoa não quer se sentir antiquada pelos seus preconceitos, a pessoa não quer ficar pra trás por não entender o que a ciência está fazendo… nada melhor do que ter um ídolo considerado muito inteligente que divide todos esses supostos defeitos com você. O governo Bolsonaro, que tem até ala definida de seguidores de Olavo, prova que não há nenhuma obrigação de compreensão básica da realidade para ser “olavete”. É a ala responsável pelas maiores bobagens ditas e feitas no governo até aqui. Inclusive as que o presidente faz para aplacar os desejos dos filhos olavistas de carteirinha.

    Até pela total falta de consistência intelectual de seus seguidores, nunca quisemos comprar a briga. Mesmo quando ele falava as maiores asneiras e colocava em dúvida o formato do planeta, achávamos que não era muito diferente de discutir com fiéis evangélicos repetindo a mais recente ignorância proferida por seu pastor. Via de regra, seguidores da filosofia de Olavo de Carvalho se acham imensamente mais inteligentes do que realmente são, e discussões com gente assim são das mais chatas e inúteis possíveis no mundo.

    Pois bem, Olavo morreu e finalmente chegou ao Desfavor. Não porque achamos que suas ideias tenham algum mérito extra, mas pela combinação de dois fatores: morreu da doença que tentava emplacar como histeria coletiva e/ou conspiração demoníaca, e quando pessoas começaram a comemorar esse fato, oportunistas usaram a polêmica de comemorar a morte de uma pessoa para definir quem era ou não era “correto”.

    Quem acompanha o Desfavor sabe nossa linha-guia sobre liberdade de expressão: num mundo ideal, gostaríamos de liberdade absoluta, mas no mundo real, entendemos que existem repercussões. Me parece criminoso impedir que uma pessoa se expresse, mas nem um pouco que você tenha de lidar com as consequências das suas palavras. Mandar uma pessoa matar a outra são apenas palavras, mas caso a outra pessoa realmente faça isso, é óbvio que você é parte integrante do crime. Liberdade de expressão é um direito como qualquer outro. Quando um direito interfere no outro, escolhemos reforçar o que gera menor risco à vida humana.

    O seu direito de ir e vir não significa que você pode atropelar com seu carro uma pessoa que está no caminho. E espero que ninguém seja demente aqui de não enxergar isso. Defender um direito até ele quebrar a lógica de sobrevivência da espécie é falta de pensar meio segundo sobre o que mantém esse mundo minimamente funcional.

    Estou indo nesse foco porque faz parte do que nos faz humanos no século XXI entender que proteção à vida está na base do que faz uma sociedade existir. Essa ideia básica está por trás de muitas comemorações pela morte de Olavo de Carvalho. Claro, temos imbecis “clubistas de política” que só ligam para o sofrimento do adversário, mas muita gente achou muito didático o exemplo que o guru bolsonarista (eu sei que ele detestava ser chamado assim, mas a prática é essa) deu ao morrer da doença que não queria dar valor.

    Não me parecia e não me parece característica de gente saudável desejar a morte de alguém por causa de visões políticas, mas se você não agiu de forma a causar essa morte, é uma babaquice das mais leves. Sagrado direito das pessoas comemorarem a morte de Olavo, isso está protegido pela liberdade de expressão da mesma forma que muitas de suas ideias absurdas estavam. E como dito antes, com a vantagem de estar focado no direito da humanidade de se proteger de uma pandemia.

    E isso não muda o fato de que existem repercussões: se você trabalha para uma “olavete” ou se tem relacionamentos com gente que admirava o astrólogo (pra mim é e sempre vai ser ofensa chamar alguém de astrólogo), pode sofrer as consequências. E tudo bem com isso: a pessoa pode começar a desgostar de você por causa de uma opinião, não existe exigência legal de gostar dos outros, apenas de respeitar seus direitos.

    Resumindo, é uma bobagem discutir se podemos ou não comemorar a morte de uma pessoa como Olavo. Podemos ou não. Os dois lados geram responsabilidade sobre a posição assumida, faz quem quer e paga o preço quem quer. Agora, se for para colocar as coisas na balança geral da humanidade, eu acho que as pessoas comemorando estão mais certas do que as sofrendo. Eu continuo neutro por achar que o ser humano médio é estúpido demais para ter sequer entendido as vantagens e desvantagens do discurso dele, apenas queriam um guru para se sentirem representadas não importasse o quão estúpidas e desinformadas eram.

    Em vida ou depois de morto, vão continuar inventando a defesa que quiserem das próprias opiniões a partir do material deixado por ele. Sally é mais otimista que eu nesse ponto, milagre. Espero que ela esteja certa e essa morte ajude a enfraquecer o movimento negacionista, mas por enquanto, não estou comemorando nada.

    Para dizer que vamos para o inferno, para dizer que Olavo responderia meu texto com um palavrão, ou mesmo para dizer que não pode comemorar a morte de quem você gosta: somir@desfavor.com"

  • editado January 2022
    Deus escreveu: »
    Piada mortal.
    29/01/2022
    DESFAVOR
    DESFAVOR DA SEMANA
    https://www.desfavor.com/blog/2022/01/piada-mortal/

    O escritor e influenciador Olavo de Carvalho morreu aos 74 anos na noite desta segunda (24), segundo nota divulgada pela família nas redes sociais do escritor; a causa da morte não foi informada. (..) Olavo de Carvalho havia sido diagnosticado com Covid-19 oito dias antes. LINK

    Muita gente comemorou a morte, muita gente ficou ofendida por comemorarem; mas no final das contas é mais uma falsa polêmica e mais um Desfavor da Semana.


    SALLY
    "Muita gente já sugeriu falar dele aqui no Desfavor, principalmente em Processa Eu. Somir chegou a sugerir, salvo engano, em um Desfavor da Semana. Eu sempre me recusei a falar nele. Mas hoje eu quero falar, pois, finalmente, ele deixou uma mensagem positiva para os brasileiros: fez o favor de morrer de covid, mostrando 1) que a pandemia existe (apesar de ele ter dito que não); 2) que o vírus mata quem tem CPF (apesar de ele ter dito que não) e 3) que ele era burro para um caralho.

    “Ain Olavo não morreu de covid, morreu de sepse”. Isso seria o mesmo que dizer que Marília Mendonça não morreu de acidente de avião, morreu de politraumatismo. A causa da morte é sepse, a sepse não é autônoma, o corpo do nada não desenvolve sepse. A sepse é uma das consequências mais comuns em mortes por covid. O sujeito anunciou que ia se afastar das aulas que dava pois teria que ser internado por covid, dia depois morre e vocês vão querer dizer que não foi de covid? Demoji de meia hora de cu para vocês.

    Neste ponto do texto, já deve ter Felipe Neto Cover preparando o discurso de que não se comemora a morte de alguém. Deixa eu te contar uma novidade: quem dera esse fosse o problema. Quem dera existisse um brasileiro, um único brasileiro, fosse tão virtuoso a ponto de poder abrir a boca e reclamar disso sem fazer coisa pior. Comemorar morte é errado sim, mas pior do que isso é ser um hipócrita.

    Comemorar morte de outra pessoa por diferenças políticas, por diferenças ideológicas e outras questões pequenas não é legal. Mas jogar no mesmo saco do que fizeram com Olavo de Caralho? Não está no mesmo saco não, desculpa aí irmão, mas é completamente diferente.

    Reitero: não acho legal comemorar a morte de ninguém, mas existem graus de reprovabilidade. Comemorar que o vizinho que pegou emprestado martelo e não devolveu morra é uma coisa, comemorar que Hitler morra é outra. Olavo de Caralho fez discursos que causaram mortes. Uma pessoa que negou a existência da pandemia, a letalidade do vírus e as mortes que ele causou. Uma pessoa que dizia que as pessoas podiam sair de casa sem vacina sem correr risco.

    Vocês acham que se o Olavo tivesse morrido engasgado com uma batata-frita teria gerado a quantidade de comentários que gerou? Duvido muito. O foco foi em morrer de covid, algo que ele negava. O que as pessoas estão comemorando é a verdade vindo à tona: um negacionista que provou ao mundo que não compensa ser negacionista, pois morreu em extremo sofrimento uma morte que poderia ter sido evitada. Vacinas são necessárias, vacinas não são perigosas, vacinas funcionam, vacinas salvam vidas.

    Se Olavo escolheu o caminho de colocar sua vida publicamente em risco, quanto tinha todas as chances de fazer diferente, ele faz de sua morte um assunto público. Uma coisa é avião de candidato cair e ele morrer: não tem vacina para avião não cair e o candidato não estimulou um comportamento que coloca a vida de ninguém em risco. Outra coisa é uma pessoa que voluntariamente escolheu se colocar em risco e estimulou outros a se colocarem em risco. Vai ser chamado de burro, vai ser motivo de piada, vai ser discussão de internet. É bonito? Não. Mas eu sinceramente não acho essa falha ética e de caráter gravíssima que andam falando.

    O mais curioso é que esse discurso virtuoso vem de pessoas com zero background para fazê-lo: petista que comemorou facada de Bolsonaro (ou fica reclamando da facada maldada) ou bolsonarista que tá sempre gritando “CPF cancelado”. Para desfilar suas virtudes de forma válida, é preciso coerência. Se você quer levantar a bandeira do “é incorreto comemorar a morte”, você nunca pode ter feito nada parecido com isso, caso contrário, não é virtude, é uma hipocrisia do caralho para posar de superior.

    E, vejam bem, no mérito eu nem discordo. É incorreto comemorar morte sim. E as pessoas, inclusive eu, tem o sagrado direito de quererem ser incorretas. Eu fiz piada com a morte do Olavo o dia inteiro. É correto? Provavelmente não. Eu me importo? Definitivamente não, pois não sou hipócrita e nunca levantei a bandeira do politicamente correto. Muito pelo contrário, né? Escrota? Provavelmente. Hipócrita? Não, obrigada.

    Esse é o problema dos levantadores de bandeiras: eles acabam escravizados por elas e não conseguem sustentar o discurso. Mais fácil ter pena de quem precisa ostentar esse tipo de “virtude”, pois, se precisa ser ostentada, provavelmente não é real. Integridade é isso: o que você pensa é o que você sente, o que você sente é o que você fala, o que você fala é o que você faz. Eu prefiro eventualmente ser politicamente incorreta, mas ser íntegra.

    Agora tá aí, o povo cagando uma regra sobre piada com Olavo de Caralho. Não tem coisa mais importante acontecendo não, gente? Se a intenção é apontar o erro, a falha de caráter, a falta de ética, acho que tem qualquer meia dúzia de coisas piores sendo feitas no momento, não?

    Não posso falar pelos outros, mas posso falar por mim. Eu não comemoro a morte dele, mas comemoro que o brasileiro tenha recebido uma belíssima lição: vejam o que acontece com quem não acredita no perigo que o vírus gera. Olha aí a Ômicron “mais leve”, “que não mata”, a pandemia que “já está acabando”. Estou cagando baldes para o que acontece com Olavo, tanto é que em 13 anos nunca me dignei a falar dele. O que me interessa é a lição que essa morte deixa. Isso eu comemoro.

    Comemoro que o lado que está causando dano e mortes fique desmoralizado. Comemoro que parte do povão vai finalmente entender o perigo que é não se vacinar. Comemoro que o que a gente vem avisando há dois anos se provou, na vida real, de forma concreta – não por ego, mas por acreditar que isso vai fazer com que muitas pessoas que estavam na dúvida passem a se cuidar. E acredito que seja isso o que a maioria das pessoas está comemorando.

    Negacionistas são pessoas que estão fazendo mal, literalmente, ao mundo todo. Estão instigando comportamentos que matam, que ajudam um vírus, que podem provocar mutações incontroláveis. Se o preço para ventilar seus erros e tirar sua credibilidade é ser politicamente incorreto, eu tô na fila dos que pagam esse preço. Não estou feliz por Olavo de Caralho estar morto, estou feliz por ficar público, notório e incontestável que vacinas e cuidados são necessários.

    É errado comemorar morte ou comemorar um evento que gerou morte? É sim. Mas eu tenho a consciência de que eu não tenho moral de apontar o dedo a ninguém e recriminar isso, pois o faço, por acreditar que o saldo final (desmoralizar negacionismo) é mais positivo para a sociedade. Não escolheu se arriscar? Taí. Quem planta merda colhe bosta.

    Comemorar morte é errado, mas é mais errado ainda cagar regra sobre comemorar morte quando você comemora outras coisas incorretas. Não existe coerência seletiva: ou critica e não faz, ou faz e não critica.

    Para dizer que Olavo morreu devendo uma chupada de cu ao Caetano Veloso, para dizer que até a filha dele comemorou a morte ou ainda para dizer que você se sente melhor quando aponta o erro alheio: sally@desfavor.com"



    SOMIR
    "Desde os tempos de Orkut que eu discuto com gente “influenciada” por Olavo de Carvalho. E eu coloco a palavra em aspas porque havia um componente forte de idealização sofre a filosofia professada por ela: desde que você tivesse alguma tendência conservadora, podia usar partes do discurso olavista para dar sustentação à sua própria visão de mundo.

    Nesse sentido, Olavo de Carvalho e Bolsonaro muito se pareciam, boa parte de seus fãs não tinham tanto interessa em se aprofundar quanto de ter uma figura para projetar suas próprias ideias sobre o mundo. Pegue qualquer achismo ou preconceito seu, aplique num dos dois, e de repente você se sente muito menos sozinho dentro da sua cabeça.

    Eu digo isso porque Bolsonaro não age da forma como seus defensores querem, muitas vezes faz o contrário, mas não perde sua base fanática. Já Olavo de Carvalho eu posso colocar na conta da burrice média mesmo: mesmo que o guru conservador falasse muita besteira e tivesse uma tendência horrível de negação científica, suas ideias, textos e aulas eram mais densas intelectualmente do que o cidadão médio costuma entender.

    A pessoa não quer se sentir idiota por ter amigo imaginário, a pessoa não quer se sentir antiquada pelos seus preconceitos, a pessoa não quer ficar pra trás por não entender o que a ciência está fazendo… nada melhor do que ter um ídolo considerado muito inteligente que divide todos esses supostos defeitos com você. O governo Bolsonaro, que tem até ala definida de seguidores de Olavo, prova que não há nenhuma obrigação de compreensão básica da realidade para ser “olavete”. É a ala responsável pelas maiores bobagens ditas e feitas no governo até aqui. Inclusive as que o presidente faz para aplacar os desejos dos filhos olavistas de carteirinha.

    Até pela total falta de consistência intelectual de seus seguidores, nunca quisemos comprar a briga. Mesmo quando ele falava as maiores asneiras e colocava em dúvida o formato do planeta, achávamos que não era muito diferente de discutir com fiéis evangélicos repetindo a mais recente ignorância proferida por seu pastor. Via de regra, seguidores da filosofia de Olavo de Carvalho se acham imensamente mais inteligentes do que realmente são, e discussões com gente assim são das mais chatas e inúteis possíveis no mundo.

    Pois bem, Olavo morreu e finalmente chegou ao Desfavor. Não porque achamos que suas ideias tenham algum mérito extra, mas pela combinação de dois fatores: morreu da doença que tentava emplacar como histeria coletiva e/ou conspiração demoníaca, e quando pessoas começaram a comemorar esse fato, oportunistas usaram a polêmica de comemorar a morte de uma pessoa para definir quem era ou não era “correto”.

    Quem acompanha o Desfavor sabe nossa linha-guia sobre liberdade de expressão: num mundo ideal, gostaríamos de liberdade absoluta, mas no mundo real, entendemos que existem repercussões. Me parece criminoso impedir que uma pessoa se expresse, mas nem um pouco que você tenha de lidar com as consequências das suas palavras. Mandar uma pessoa matar a outra são apenas palavras, mas caso a outra pessoa realmente faça isso, é óbvio que você é parte integrante do crime. Liberdade de expressão é um direito como qualquer outro. Quando um direito interfere no outro, escolhemos reforçar o que gera menor risco à vida humana.

    O seu direito de ir e vir não significa que você pode atropelar com seu carro uma pessoa que está no caminho. E espero que ninguém seja demente aqui de não enxergar isso. Defender um direito até ele quebrar a lógica de sobrevivência da espécie é falta de pensar meio segundo sobre o que mantém esse mundo minimamente funcional.

    Estou indo nesse foco porque faz parte do que nos faz humanos no século XXI entender que proteção à vida está na base do que faz uma sociedade existir. Essa ideia básica está por trás de muitas comemorações pela morte de Olavo de Carvalho. Claro, temos imbecis “clubistas de política” que só ligam para o sofrimento do adversário, mas muita gente achou muito didático o exemplo que o guru bolsonarista (eu sei que ele detestava ser chamado assim, mas a prática é essa) deu ao morrer da doença que não queria dar valor.

    Não me parecia e não me parece característica de gente saudável desejar a morte de alguém por causa de visões políticas, mas se você não agiu de forma a causar essa morte, é uma babaquice das mais leves. Sagrado direito das pessoas comemorarem a morte de Olavo, isso está protegido pela liberdade de expressão da mesma forma que muitas de suas ideias absurdas estavam. E como dito antes, com a vantagem de estar focado no direito da humanidade de se proteger de uma pandemia.

    E isso não muda o fato de que existem repercussões: se você trabalha para uma “olavete” ou se tem relacionamentos com gente que admirava o astrólogo (pra mim é e sempre vai ser ofensa chamar alguém de astrólogo), pode sofrer as consequências. E tudo bem com isso: a pessoa pode começar a desgostar de você por causa de uma opinião, não existe exigência legal de gostar dos outros, apenas de respeitar seus direitos.

    Resumindo, é uma bobagem discutir se podemos ou não comemorar a morte de uma pessoa como Olavo. Podemos ou não. Os dois lados geram responsabilidade sobre a posição assumida, faz quem quer e paga o preço quem quer. Agora, se for para colocar as coisas na balança geral da humanidade, eu acho que as pessoas comemorando estão mais certas do que as sofrendo. Eu continuo neutro por achar que o ser humano médio é estúpido demais para ter sequer entendido as vantagens e desvantagens do discurso dele, apenas queriam um guru para se sentirem representadas não importasse o quão estúpidas e desinformadas eram.

    Em vida ou depois de morto, vão continuar inventando a defesa que quiserem das próprias opiniões a partir do material deixado por ele. Sally é mais otimista que eu nesse ponto, milagre. Espero que ela esteja certa e essa morte ajude a enfraquecer o movimento negacionista, mas por enquanto, não estou comemorando nada.

    Para dizer que vamos para o inferno, para dizer que Olavo responderia meu texto com um palavrão, ou mesmo para dizer que não pode comemorar a morte de quem você gosta: somir@desfavor.com"
    REVISTA OESTE

    Ahmed Youssif El Tassa, médico particular do filósofo Olavo de Carvalho há mais de 30 anos, negou que a morte do escritor tenha sido por causa da covid-19, mas, sim, em decorrência de “insuficiência respiratória aguda”. O Globo obteve uma nota do clínico-geral nesta terça-feira, 25, confirmada por Oeste.

    O quadro se deu em razão de enfisema pulmonar associado à insuficiência cardíaca congestiva, à pneumonia bacteriana e a uma infecção generalizada. “Ele sofria de doença broncopulmonar obstrutiva crônica, no caso, o enfisema pulmonar. Não tem nenhuma relação com a covid-19”, disse Ahmed.

    “Trata-se de um problema crônico. Qualquer pessoa com um enfisema crônico, quando pega uma pneumonia, é quase um sinônimo de morte”, constatou o médico. Ahmed explicou que a infecção de Olavo de Carvalho foi provocada pela bactéria Staphylococcus aureus, resistente ao antibiótico meticilina.

    https://revistaoeste.com/brasil/olavo-de-carvalho-nao-morreu-de-covid-19-afirma-medico-particular-do-escritor/
  • FAQ: Coronavírus
    02/06/2020
    SALLY
    Já repararam que um dos dons das FAQ (sigla que, em português, significa “Perguntas Frequentes”) é responder apenas ao óbvio? Nunca tem nada que preste quando produtos ou a mídia se dispõe a responder as perguntas mais frequentes, é uma ode à obviedade.

    Pensando nisso, resolvemos fazer um SAC advanced, com as dúvidas mais casca-grossa sobre coronavírus que estamos recebendo.

    O básico já está sendo dito, vamos tentar trazer o que a grande mídia não chega a abordar, da forma mais simples possível.

    1) “Vejo gente chamando a doença por vários nomes diferentes, qual é o correto?”

    Coronavírus é um gênero, um tipo de vírus responsáveis por diversas doenças (como SARS e MERS) que, por possuir protuberâncias, faz com que pareça que ele está usando uma coroa, daí o nome. Cá entre nós, não parece uma coroa de jeito nenhum, mas tudo bem.

    Covid-19 é o nome oficial da doença. É uma abreviação de COronaVIrus Doença, com a indicação do ano em que ele surgiu (2019)

    SARS-CoV-2 é o nome oficial do vírus que causa o Covid-19 e é uma abreviatura de “Síndrome Respiratória Aguda Grave – coronavírus 2” em inglês: Severe Acute Respiratory Syndrome CoronaVirus 2

    Como demorou até a ciência nomear a doença e o vírus, a gente chamava tudo de “coronavírus” e o termo acabou ficando como um coringa, tanto para designar a doença como ao vírus.

    2) “Como posso me informar de forma segura sobre qualquer dúvida referente ao coronavírus?”

    Entre todas as pandemias que a humanidade viveu, a de mais fácil informação é a do coronavírus. Graças à forma como artigos científicos são disponibilizados, eles são a nossa recomendação de fonte segura.

    Revistas cientificas que sempre foram pagas, hoje deixam seus dados abertos, permitindo que qualquer um acesse qualquer artigo científico sobre coronavírus. Ta aí, informação do mundo todo disponível para quem quiser ler, basta não ser preguiçoso e procurar em fontes confiáveis. Se chegou a ser publicado por meios sérios, não há motivos para desconfiar, a menos, é claro, que você seja carente e precise se sentir especial, criando teorias da conspiração. Nesse caso tem blogs muito mais interessantes para você ler do que o Desfavor.

    Não tem para onde correr em meio a tanta informação disponível. Para nós, leigos, os artigos científicos são a única fonte robusta e confiável. O que Fulaninho falou não interessa, mesmo que Fulaninho seja pesquisador. Teorias, todo mundo tem. Não é hora para perder tempo com achismos e nós, leigos, não temos os subsídios para formar uma convicção científica. Aceite sua condição de leigo, o que faz sentido para você pode ser uma tremenda burrada. Precisamos de alguém que faça esse filtro para a gente, não sejamos arrogantes de querer interpretar sozinhos.

    Fonte boa é artigo científico, revisado por gente séria e publicado por gente séria. Essa é a única garantia de que aquele conteúdo de fato foi testado da forma que tem que ser e os resultados são confiáveis.

    Repito: não é tempo de achismos, se a gente for parar para escutar achismos perde tempo e se perde, pois são muitos. Se Fulaninho tem uma tese, ele que faça um estudo científico sério, que submeta esse estudo à revisão de cientistas sérios e que publique os dados em uma fonte séria. Menos do que isso eu não perco meu tempo escutando, menos do que isso não é nada além de achismo.

    Não tem tempo, fluência em línguas estrangeiras ou paciência para ler artigos científicos? Leia o Desfavor, a gente não escreve nada baseado em achismo de ninguém.

    3) “Em quanto tempo sai a vacina contra coronavírus?”

    O tempo médio para o desenvolvimento de uma vacina é de dez anos. A vacina mais rápida que a humanidade já conseguiu desenvolver (vacina para Ebola) demorou cinco anos. É o desejo de todos que uma vacina para o coronavírus demore menos, inclusive pela democratização da informação que citei na resposta anterior, mas infelizmente, nem eu nem ninguém conseguem estimar uma data para essa vacina, nem dar certeza se ela realmente vem.

    O passo a passo mínimo para desenvolver uma vacina ou um remédio inclui diversos passos demorados, portanto, mesmo que tudo dê certo de primeira, ainda assim, estamos falando em anos, não em semanas.

    Simplificando de uma forma muito grosseira, o desenvolvimento de um remédio ou vacina começa com uma pesquisa básica feita em laboratório para descobrir quais são os compostos que vão agir contra o vírus. São meses testando substâncias que sejam nocivas contra aquela doença.

    Quando finalmente se encontra uma substância que se acredita que pode agir contra o vírus, começam os testes para constatar se de fato ela é nociva contra o vírus em organismos vivos e se causa danos aos portadores do vírus.

    Testam-se de forma progressiva, inicialmente em células, evoluindo até chegar a animais, para descobrir se de fato aquela substância age contra o vírus em organismos vivos e se é tóxica ou pode causar algum dano. Em se percebendo que esse composto realmente age contra a doença e não causa grandes danos aos animais, aí se inicia a fase de testes em humanos. Não estamos falando em semanas para chegar até aqui, e sim em meses.

    Normalmente, a primeira fase de testes em humanos consiste em pegar pessoas saudáveis e dar a droga para elas, apenas para observar os efeitos colaterais, uma vez que o teste em animais nem sempre permite percebê-los. Lá se vai mais tempo. Não é em poucas semanas que se percebem os efeitos a longo prazo no organismo. Se essas pessoas saudáveis não tiverem complicações severas, aí sim se começa a testagem em pessoas doentes.

    É nessa testagem com doentes que se verifica se as drogas realmente funcionam com humanos. Para ter certeza de que a droga funciona mesmo, se fazem os testes chamados “duplo cego”, onde fazem testes com a droga e com um placebo, sem que ninguém (nem médicos nem pacientes) saiba quais pacientes estão tomando a droga real e quais estão tomando o placebo. Isso evita que a vontade de melhorar ou ver uma melhora influencie nos resultados, tornando-os o mais objetivos possível.

    Depois de diversos testes em doentes, é possível ter uma ideia se o remédio ou vacina de fato funciona ou não e seus efeitos colaterais. Aí sim é hora de começar a pensar em requerer autorização para uso e distribuição. Tudo isso dura, em média, dez anos e custa pelo menos um bilhão de dólares.

    Em situações emergenciais, tentam-se pular etapas. Porém, a humanidade já aprendeu que queimar etapas é perigoso. Na pandemia de Poliomielite (também conhecida como Paralisia Infantil), uma suposta queima de etapas fez com que testes com uma vacina promissora causem mortes em pessoas testadas, paralisando os estudos por algum tempo. Por sinal, a vacina contra a Polio, acabou demorando quase 20 anos, em parte, por causa dessa brincadeira de pular etapas.

    A forma mais plausível de pular etapas com segurança e ver surgir uma vacina ou tratamento rápido seria se encontrássemos uma droga que já está no mercado (portanto, já passou por todos esses testes) e testássemos apenas se ela de fato é eficiente contra o coronavírus.

    Foi isso o que tentaram fazer com a Cloroquina, que, no teste em células se mostrou muito eficiente contra o coronavírus, mas, de acordo com todos os artigos científicos revisados e publicados por instituições sérias, falhou miseravelmente quando testada em humanos, não apenas sendo ineficaz contra o vírus, como também causando danos aos pacientes.

    Considerando os meses de pandemia e o desespero por salvar vidas, eu diria que quase tudo já foi testado, portanto, uma vacina que nos proteja total ou parcialmente (no desespero são lançadas essas gambiarras de vacina parcialmente protetora) ainda deve demorar, salvo uma sorte muito grande.

    E não se trata apenas de desenvolver a vacina. Uma vez desenvolvida uma vacina eficiente, é preciso pensar na produção e logística de distribuição. Serão necessárias 7 bilhões de vacinas (contando que tenhamos a sorte de ser uma vacina em dose única), que deverão ser transportadas para o mundo todo. Não se produz isso em poucos meses.

    É preciso ter matéria prima para isso, é preciso ter uma logística de distribuição e armazenamento (a vacina pode precisar ficar refrigerada, por exemplo). É preciso ter laboratórios e profissionais capacitados para produzir essas vacinas pelo mundo todo.

    Além disso, para dificultar um pouco mais a posição do Brasil, a União Europeia organizou um grande fundo para pesquisa de vacinas, aberto para quem quisesse participar. É como uma vaquinha: todos os países contribuem e, se sair uma vacina dali, quem participou tem prioridade nessa vacina.

    O Brasil decidiu não participar, ou seja, se sair uma vacina dali, o Brasil vai lá pro fim da fila e será um dos últimos países a ter acesso à vacina, o que pode significar um atraso de meses ou até anos no acesso a ela, mesmo depois que seja descoberta ou comercializada.

    Para completar, ainda teremos que lidar com os retardados que se recusam a tomar vacina. É provável que uma parcela significativa da população se recuse a tomar a vacina, permitindo que o vírus continue circulando, infectando e matando uma enorme parcela da população que não pode tomar uma vacina. Desde pessoas que estão realizando tratamentos que afetam o sistema imunológico (como quimioterapia, por exemplo) até pessoas com doenças autoimunes. Essas pessoas dependem do resto da sociedade para estarem protegidas.

    Então, sinto informar, mesmo com vacina, ainda vamos escutar falar do coronavírus por algum tempo.

    4) “Outras pandemias duraram menos tempo, por qual motivo essa vai demorar tanto, se há comunicação rápida e mais tecnologia?”.

    Justamente por isso. O fato de prolongar o contágio do coronavírus é resultado de uma vitória da ciência, que conseguiu impedir o contágio imediato e em massa. Estima-se que, se absolutamente nada fosse feito, em quatro meses o coronavírus teria contaminado todas as pessoas possíveis no planeta e causado um número enorme de mortes, não apenas pela letalidade do vírus, mas também pelo grande colapso que provocaria no sistema de saúde.

    Em outras pandemias, se demorava muito sequer para entender o que estava acontecendo, pois não existia a comunicação rápida que existe hoje. Meses depois é que uma nação descobria que a outra estava enfrentando a mesma doença, com os mesmos sintomas. O vírus circulava livremente e, rapidamente se espalhava e matava todo mundo que tinha que matar.

    Mas, graças à compreensão que a humanidade tem hoje desse tipo de vírus e à rápida comunicação, se sabe que é fundamental impedir um contágio em massa, para que todos aqueles que fiquem doentes tenham acesso a médicos e hospitais, aumentando sua chance de sobreviver. Quanto mais devagar as pessoas se contaminam, mais durará a pandemia, mas, em compensação, mais pessoas sobrevivem. Isso é algo bom, não ruim. A outra opção é todo mundo se contaminar logo e morrer muita gente.

    Estima-se que para diluir os contágios de modo à menor quantidade possível de pessoas morrerem e todos terem atendimento médico, teríamos que lidar com pelo menos dois anos de quarentena. Não necessariamente dois anos seguidos, mas sim alternando períodos de fechamento (quando os casos crescem muito) com períodos de abertura (quando os casos diminuem).

    Mas obviamente, isso pode variar conforme o país, dependendo da estratégia que ele adote. Testagens em massa, por exemplo, podem reduzir esse tempo quase pela metade.

    5) “Entendi que vacina demora, mas por qual motivo não descobrem um remédio eficiente para tratar quem está internado com covid, para evitar que essa pessoa morra?”

    Por incrível que pareça, quando a pessoa chega ao ponto de internação, seu principal problema/fonte de dano no organismo não é o coronavírus. Os problemas que levam alguém a internação ou UTI geralmente são causados pela inflamação produzida pelo próprio corpo, em resposta aos ataques e danos já causados pelo vírus.

    O corpo reage violentamente na tentativa de combater o vírus e acaba causando danos a si mesmo. Por isso, tudo que se pode fazer é uma tentativa de contenção desses danos e esperar que o corpo retome seu funcionamento normal. É como uma grávida em trabalho de parto, você não pode ter o bebê por ela, apenas ajudar a que ela tenha o bebê da melhor forma possível.

    6) “Vi que criaram um bifurcador que permite que um único respirador seja dividido entre dois ou quatro pacientes. Se tem tanta gente morrendo por falta de respirador, por qual motivo não usam isso em larga escala? É a indústria dos respiradores que quer lucro?”

    Descansa, militante. Deixa de lado essas teorias da conspiração.

    A função do respirador (ou ventilador, em um termo mais preciso) é emular a respiração humana, no processo de jogar e retirar o ar de dentro dos pulmões. No caso específico do coronavirus, a doença por si só costuma causar danos, fragilizar e comprometer os pulmões. Portanto, é preciso “regular” o respirador de acordo com a necessidade de cada paciente.

    Em pulmões inflamados, colapsados ou de qualquer forma comprometidos pelos efeitos do vírus no organismo, o próprio respirador pode causar lesões. O respirador deve ser regulado de forma a não causar danos (papo técnico: lesão pulmonar associada à ventilação mecânica). O pulmão fica tão comprometido que até o excesso de oxigênio pode causar lesão pulmonar.

    Desculpa a fala simplória, mas a grosso modo, pacientes com coronavírus devem ser ventilados de forma mais “gentil”, mais delicada. E esse ajuste não se faz de forma matemática e sim observando a resposta do paciente.

    Respirador não é uma máquina com botão de liga e desliga. Não é só entubar o paciente e ligar. É uma ciência muito delicada saber o quanto de pressão, o quanto de oxigênio aquele pulmão precisa, pode suportar e deve receber para melhorar. E isso pode variar ao longo do tratamento, não basta regular uma única vez, oscilações no quadro do paciente podem demandar nova regulagem. É monitoramento 24h por dia e ajustes sempre que necessário.

    Logo, a pressão com a qual o ar entra e sai, a quantidade de oxigênio e muitos outros fatores são regulados/modificados diariamente, se não várias vezes por dia, em um delicado equilíbrio entre conseguir oxigenar o corpo e não danificar ainda mais o pulmão do paciente.

    Se já é difícil fazer isso com UM paciente, imagina o milagre que seria conseguir regular um respirador de forma correta para duas ou quatro pessoas ao mesmo tempo. Intensivistas sérios abominam essa ideia de um respirador dividido por mais de uma pessoa, pois fatalmente a regulagem que atende bem a um será insuficiente ou excessiva para o outro. Então, por hora, respirador compartilhado não está se mostrando muito viável para pacientes de covid-19.

    Se gostaram ou foi útil, podemos fazer mais FAQS. Se quiserem, deixem dúvidas nos comentários, fiquem à vontade. Não que a gente saiba responder, não sabemos porra nenhuma, mas corremos atrás de quem sabe.

    Para dizer que agradece muito pela pesquisa mastigada, para dizer que não quer mais pois acaba com a sua ilusão de uma vacina no mês que vem ou ainda para perguntar de onde a gente tira tempo para ler artigos científicos: sally@desfavor.com
  • CRIATURO escreveu: »
    de todo essa papagaiada fica a evidencia que a humanidade é muito frágil e pode ser extinta no próximo vírus, arrependei-vos porque o fim pode estar próximo

    Aposto que durante a peste negra deram o mesmo piti.
  • editado January 2022
    @Criaturo,
    Se Bolsonaro realmente é imune ao vírus e a maioria da população perecer, você consegue imaginar um mundo quase que exclusivo de descendentes do presidente? rs rs rs
  • Leandro escreveu: »
    @Criaturo,
    Se Bolsonaro realmente é imune ao vírus e a maioria da população perecer, você consegue imaginar um mundo quase que exclusivo de descendentes do presidente? rs rs rs

    Agora o soja garoto da um ripao.
  • editado January 2022
    A SALLY é soberba, crente e meio desonesta.
    SALLY escreveu:
    Entre todas as pandemias que a humanidade viveu, a de mais fácil informação é a do coronavírus. Graças à forma como artigos científicos são disponibilizados, eles são a nossa recomendação de fonte segura.
    E nessa pandemia vimos essas fontes publicando estudo fajutos e precisando se retratar. Também vimos estudo bem conduzidos tendo a publicação sendo recusada porque tocavam em assuntos proibidos pelo mainstream.

    Essas publicações ainda assim são boas fontes e em geral confiáveis, mas estão longe de perfeitas e muito longe de serem as únicas fontes confiáveis.
    Médicos de campo que estão atendendo e tratando pacientes reais e que também acompanham essas e outras fontes podem ser ainda mais confiáveis.

    Dados estatísticos oficiais são outra boa fonte. O CDC e o FDA americanos tem muitos dados e estudos sobre a pandemia.
    SALLY escreveu:
    Revistas cientificas que sempre foram pagas, hoje deixam seus dados abertos, permitindo que qualquer um acesse qualquer artigo científico sobre coronavírus. Ta aí, informação do mundo todo disponível para quem quiser ler, basta não ser preguiçoso e procurar em fontes confiáveis. Se chegou a ser publicado por meios sérios, não há motivos para desconfiar, a menos, é claro, que você seja carente e precise se sentir especial, criando teorias da conspiração. Nesse caso tem blogs muito mais interessantes para você ler do que o Desfavor.
    Pois é, temos aqui o apelo a crença em uma autoridade, o que se trata de uma falacia.
    Essas revistas são boas fontes, mas cometem erros e também estão sujeitas a influencia politica.

    Aqui mesmo tem um estudo da hidroxicloroquina publicado na The Lancet que eles precisaram fazer uma retratação: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(20)31180-6/fulltext

    Durante essa pandemia muitos estudos foram publicados com conclusões opostas, cabe ao leitor analisar essa multiplicidade de estudos e chegar a uma conclusão.
    SALLY escreveu:
    Não tem para onde correr em meio a tanta informação disponível. Para nós, leigos, os artigos científicos são a única fonte robusta e confiável. O que Fulaninho falou não interessa, mesmo que Fulaninho seja pesquisador. Teorias, todo mundo tem. Não é hora para perder tempo com achismos e nós, leigos, não temos os subsídios para formar uma convicção científica. Aceite sua condição de leigo, o que faz sentido para você pode ser uma tremenda burrada. Precisamos de alguém que faça esse filtro para a gente, não sejamos arrogantes de querer interpretar sozinhos.

    Esse é o modo crente de pensar.
    É importante sim o filtro dos especialistas, o problema é que em TODA ÁREA os especialistas são uma minoria. São o Top 3% no máximo.
    Isso significa que é muito mais fácil você encontrar o filtro dos outros 97% de medíocres daquela profissão.

    A forma correta de se informar é buscando a opinião dos especialistas e procurar saber no que eles se baseiam para fazer tais afirmações.
    Quais as fontes desses especialistas a quem você da ouvidos?
    Eles estão citando as fontes que usam?
    Você foi verificar essas fontes?
    Eles dão números capengas e enviesados e ignoram a discussão de tudo o que contraria o que ele dizem ou eles estão sempre preocupados em apresentar e refutar o outro ponto de vista com fatos e números?

    O tal especialista só faz recomendações midiáticas de propaganda do tipo "as vacinas são seguras e eficazes" ou eles fazem analises mostrando os prós e os contras para diferentes faixas etárias e sexo?

    Quando você não confia nos "especialistas" e procura segundas e terceiras opiniões e verifica as fontes usadas por eles, você começa a conseguir separar o joio do trigo e pode achar alguns membros daquele 3% especialistas reais e dai pode ignorar os mediocres.
    SALLY escreveu:
    Fonte boa é artigo científico, revisado por gente séria e publicado por gente séria. Essa é a única garantia de que aquele conteúdo de fato foi testado da forma que tem que ser e os resultados são confiáveis.
    Repito: não é tempo de achismos, se a gente for parar para escutar achismos perde tempo e se perde, pois são muitos. Se Fulaninho tem uma tese, ele que faça um estudo científico sério, que submeta esse estudo à revisão de cientistas sérios e que publique os dados em uma fonte séria. Menos do que isso eu não perco meu tempo escutando, menos do que isso não é nada além de achismo.
    Isso aqui é colocar o ultimo passo cientifico como se fosse o único. É o mesmo papo furado de "confie na ciência" sendo empurrado por gente desonesta que nem sabe o que é ciência e que sempre usaram de dois pesos e duas medidas nisso quando o assunto era vacina.
    Eu não vi ninguém no Brasil exigindo o estudo da coronavac, publicado nessas revistas, antes de saírem por ai afirmando que a coronavac tinha eficacia de 100% contra morte com base num estudo fajuto, sem peer-review, sem publicação em revistas cientificas e cuja a informação dos 100% de eficacia tinha base numa amostra de literalmente 6 pessoas.

    A publicação de estudos duplo cego com peer-review é o que garante maior confiabilidade, mas é um dos últimos passos do processo cientifico.

    Numa pandemia você vai ficar esperando 5 anos para ver esses estudos?
    Se você não usar os primeiros passos do tratamento e da observação clinica esses estudos nem se quer podem ser feitos. Mas eu falarei disso mais adiante quando o assunto for hidroxicloroquina.
    SALLY escreveu:
    A forma mais plausível de pular etapas com segurança e ver surgir uma vacina ou tratamento rápido seria se encontrássemos uma droga que já está no mercado (portanto, já passou por todos esses testes) e testássemos apenas se ela de fato é eficiente contra o coronavírus.

    Foi isso o que tentaram fazer com a hidroxicloroquina , que, no teste em células se mostrou muito eficiente contra o coronavírus, mas, de acordo com todos os artigos científicos revisados e publicados por instituições sérias, falhou miseravelmente quando testada em humanos, não apenas sendo ineficaz contra o vírus, como também causando danos aos pacientes.
    E aqui está a parte meio desonesta, mas que pode ser só mais crença de que isso realmente é verdade associada a soberba.

    A hidroxicloroquina se mostrou eficiente em pacientes reais durante observação clinica e estudos foram feitos e publicados atestando a eficacia do tratamento. A eficacia para tratamento tardio nunca foi alta, esses estudos falavam de no máximo 25% ou menos. No tratamento precoce ela se saiu um pouco melhor do que isso.
    A hidroxicloroquina no entanto caiu em desuso simplesmente porque os estudos com outras drogas, incluindo a Ivermectina, mostraram resultados muito melhores.

    Ela dizer que "falhou miseravelmente quando testada em humanos, não apenas sendo ineficaz contra o vírus, como também causando danos aos pacientes" é uma afirmação simplesmente falsa.
    Não que inexistam estudos incapazes de encontrar a eficacia da cloroquina ou até estudos que mostrar o aumento da mortalidade especificamente do protocolo que fazia a combinação entre hidroxicloroquina e azitromicina, mas esses estudos simplesmente sofrem dos mesmo problemas dos estudos que confirmam a eficacia da hidroxicloroquina sozinha.

    A desonestidade aqui está em fingir que só existe um grupo de estudos e não o outro e fingir que "a ciência bateu o martelo" e decretou que a hidroxicloroquina não funciona, ou pior, que faz mal.

    Antes de tudo, não se prova ineficácia de algo. Esse pessoal dizendo que esses tratamentos são comprovadamente ineficazes não são diferente de crentes pedindo para provar que Deus não existe.
    Pode-se no máximo dizer que a eficacia da hidroxicloroquina não foi comprovada e que os estudos que sugerem sua funcionalidade precisam ser confirmados por outros estudos melhores. Essa afirmação entretanto é verdadeira para todos os estudos feitos, não só os favoráveis.

    A hidroxicloroquina no entanto pouco importa, pois já se sabe de coisa melhor.
    O importante aqui é que numa pandemia você não fica parado lendo debate cientifico e esperando estudos brotarem magicamente. Os médicos que escolhem usar esses medicamentos não saem por ai testando remédios aleatórios, eles usam os remédios que JÁ SE SABEM ATUAREM NAQUILO QUE ELES PRETENDER FERIAR OU REVERTER.
    A hidroxicloroquina por exemplo embora não tenha sido criada para isso se mostrou eficaz como bom um agente anti-inflamatório e essa é uma das razões de ter sido tentada contra os males causados pela covid.

    Cada medicamento testado off-label para a covid visa tentar cumprir uma função a qual JÁ SE SABE que o medicamento CUMPRE. O que não se sabe é se no caso da covid vai funcionar.
    Se a covid está causando inflamação, você usa anti-inflamatórios, se está ajudando na proliferação de bactérias você usa antibióticos.
    Nada disso visa atacar o corona vírus em si, mas sim tratar a doença causada pelo vírus.

    No meio de uma pandemia onde existe um vírus sem cura, você usa o que você tem em mão.
    E é dessas tentativas que se fazem os estudos que vão confirmar ou não esses tratamentos.
    Primeiro você usa a hidroxicloroquina porque ela sabidamente funciona para determinada coisa, depois de usar você faz um estudo para saber se ela funcionou no caso da covid.
    O uso da hidroxicloroquina vem antes, os estudos vem depois.

    A politização desses medicamentos é uma das coisas mais abjetas que ocorreram durante essa pandemia.
  • ACEITEM A VACINAS QUE IRÁ DOER MENOS!
  • editado January 2022
    Leandro escreveu: »
    @Criaturo,
    Se Bolsonaro realmente é imune ao vírus e a maioria da população perecer, você consegue imaginar um mundo quase que exclusivo de descendentes do presidente? rs rs rs

    facíl

    200323-Aroeira.jpg

    uma nova geração de seres super inteligentes que aos 15 anos de idade conseguirão pronunciar sua primeiras palavrinhas:

    mico...mico...mico...mico...mico!
  • Millenial danificado
  • Pergunta aos aceitacionistas do forum:

    Portugal, que é o pica das galaxias da vacinação, esta com uma taxa de mortalidade até maior que a brasileira.

    Como a Siencia explica isso?
  • A doença já poderia ter desaparecido do mundo, mas religiosos escrotos não permitiram que seus filhos fossem vacinados e a doença voltou a se espalhar.
    Baixa vacinação coloca Brasil em alto risco de retorno da poliomielite

    Registros recentes da doença em Israel e no Malawi acendem alerta para a necessidade de ampliar a taxa de vacinação no país, que nunca esteve tão baixa

    Agência O Globo 09/03/2022


    Após mais de 30 anos, um caso de pólio foi identificado em Israel. Trata-se de um menino de quatro anos, morador de Jerusalém. A criança não estava vacinada, de acordo com informações do Ministério da Saúde de Israel. Foi aberta uma investigação epidemiológica para avaliar o caso, que ocorre poucas semanas depois de um surto do vírus ter sido relatado no Malawi, na África. A cepa viral detectada no Malawi está ligada a uma que circula no Paquistão, onde a doença ainda é endêmica. A pólio também é endêmica no Afeganistão. Em Israel, ainda não está clara a origem do vírus.

    Embora possa parecer que esses casos estão muito longe do Brasil e não há motivo de preocupação, a pandemia de Covid-19 deixou claro que, em um mundo globalizado, a distância física entre países não é empecilho para a rápida disseminação de um vírus altamente contagioso, desde que existam pessoas vulneráveis. E isso, o Brasil tem de sobra, infelizmente. A cobertura vacinal contra a doença nunca esteve tão baixa no país. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim) estima que cerca de 30 em cada 100 crianças brasileiras não estejam completamente imunizadas contra a poliomielite.

    "Isso serve como um alerta mundial. Há vários anos lutamos para tentar erradicar a doença, mas isso nao tem sido fácil. O Brasil é considerado de alto risco pelas baixas coberturas vacinais", afirma o pediatra Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

    A ameaça da pólio é real. Assim como suas sequelas. No Malawi, a doença foi identificada após uma menina de apenas 3 anos sentir febre, mal-estar e ter ficado com as pernas completamente flácidas. A paralisia infantil é um dos desfechos mais graves da doença e afeta um em cada 200 infectados. Pode parecer pouco, mas em 1975, antes da imunização generalizada, cerca de 6 mil crianças ficaram paralisadas nas Américas por causa da doença. Era difícil não conhecer alguém que tivesse sido infectado e apresentasse alguma sequela da doença.

    Além da paralisia de braços e pernas, as sequelas permanentes da doença incluem atrofia da fala, dificuldade para falar, paralisia dos músculos da deglutição, entre outros graves problemas. Entre aqueles que desenvolvem a paralisia infantil, 5% a 10% morrem por paralisia dos músculos respiratórios. Não à toa, a poliomileite era um dos piores pesadelos dos pais de crianças pequenas até algumas décadas atrás.
    https://saude.ig.com.br/2022-03-09/baixa-vacinacao-coloca-brasil-alto-risco-retorno-poliomielite.html
  • EU ACEITEI AS 3 DOSE E NÃO NEGO QUE IREI TOMAR A 4a ASSIM QUE FOR POSSIVEL
  • Esse é o tópico onde o aceitacionista chora e a mãe não vê.

    É o Afeganistão dos aceitacionistas.
  • Aceitacionista ON:

    "a culpa é do zamericano do sul que são crentes"

    Aceitacionista OFF
  • Logo a Coreia...
  • ACEITACIONISTAS:

    A PFEIZER já mandou os governos comprarem e distribuir a quarta doze.


    https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2022/03/14/vacina-covid-pfizer-quarta-dose-omicron-variante.htm

    Aguardem orientações do CEO da Pfizer para mais reforços.
  • ja saiu a 4a dose?
  • Já chegou o viciado em picadura.
  • Percival escreveu: »
    Já chegou o viciado em picadura.

    é dose hein percivaldo
  • CRIATURO escreveu: »
    Percival escreveu: »
    Já chegou o viciado em picadura.

    é dose hein percivaldo

    Muitas né tudo pra você.
  • Percival escreveu: »
    CRIATURO escreveu: »
    Percival escreveu: »
    Já chegou o viciado em picadura.

    é dose hein percivaldo

    Muitas né tudo pra você.
    que nada estão disponíveis para qualquer crente da ciência!
  • CRIATURO escreveu: »
    Percival escreveu: »
    CRIATURO escreveu: »
    Percival escreveu: »
    Já chegou o viciado em picadura.

    é dose hein percivaldo

    Muitas né tudo pra você.
    que nada estão disponíveis para qualquer crente da ciência!

    Então seu Deus é vacina e tu toma a benção da picadura.
  • Percival escreveu: »
    CRIATURO escreveu: »
    Percival escreveu: »
    CRIATURO escreveu: »
    Percival escreveu: »
    Já chegou o viciado em picadura.

    é dose hein percivaldo

    Muitas né tudo pra você.
    que nada estão disponíveis para qualquer crente da ciência!

    Então seu Deus é vacina e tu toma a benção da picadura.

    Que coisa feia, percidoido! voce não esta conseguindo tirar a picadura da sua boca, perdeu a vergonha de vez!
  • CRIATURO escreveu: »
    Percival escreveu: »
    CRIATURO escreveu: »
    Percival escreveu: »
    CRIATURO escreveu: »
    Percival escreveu: »
    Já chegou o viciado em picadura.

    é dose hein percivaldo

    Muitas né tudo pra você.
    que nada estão disponíveis para qualquer crente da ciência!

    Então seu Deus é vacina e tu toma a benção da picadura.

    Que coisa feia, percidoido! voce não esta conseguindo tirar a picadura da sua boca, perdeu a vergonha de vez!

    Quem fica atrás de vacina é você não eu.
  • https://www.estadao.com.br/saude/analise-o-uso-obrigatorio-de-mascara-contra-covid-19-fez-diferenca/

    As pessoas podem ter boas razões para usar máscaras e podem ter a disciplina para usá-las de forma consistente. Mas, quando se trata dos benefícios do uso de máscara em nível populacional, o veredito é: o uso obrigatório foi um fracasso

    “Simplesmente não há evidências de que elas” – as máscaras – “façam alguma diferença”, disse ele à jornalista Maryanne Demasi. “Ponto final.”

    Mas espere aí. E as máscaras PFF2, em oposição às máscaras cirúrgicas ou de pano?

    “Não faz diferença”, disse Jefferson.

    E os estudos que inicialmente persuadiram os formuladores de políticas a impor a obrigatoriedade do uso de máscara?

    “Eles foram convencidos por estudos não randomizados, estudos observacionais falhos.”

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    E a utilidade das máscaras em conjunto com outras medidas preventivas, como higiene das mãos, distanciamento físico ou filtragem do ar?

    “Não há evidências de que essas coisas façam alguma diferença.”

    Essas observações não vêm de um lugar qualquer. Jefferson e 11 colegas conduziram o estudo para a Cochrane, uma organização britânica sem fins lucrativos que é amplamente considerada o padrão-ouro das revisões de dados de assistência médica. As conclusões foram baseadas em 78 ensaios clínicos randomizados, seis deles durante a pandemia de covid, com um total de 610.872 participantes em vários países. E rastrearam o que foi amplamente observado nos Estados Unidos: os Estados com uso obrigatório de máscara não se saíram melhor do que os outros na luta contra a covid.

    Nenhum estudo – ou análise de estudos – é perfeito. A ciência nunca é absolutamente conclusiva. Além do mais, a análise não prova que máscaras apropriadas, usadas corretamente, não tragam benefícios no nível individual. As pessoas podem ter boas razões para usar máscaras e podem ter a disciplina para usá-las de forma consistente. São escolhas individuais.

    Mas, quando se trata dos benefícios do uso de máscara em nível populacional, o veredito é: o uso obrigatório foi um fracasso. Os céticos que foram furiosamente ridicularizados e ocasionalmente censurados como “desinformantes” estavam certos. Os principais especialistas que incentivaram as máscaras estavam errados. Em um mundo melhor, caberia a este último grupo reconhecer o erro, juntamente com seus consideráveis custos físicos, psicológicos, pedagógicos e políticos.

    Não conte com isso. Em depoimento ao Congresso este mês, Rochelle Walensky, diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), questionou a confiabilidade da análise da Cochrane com um pequeno número de ensaios clínicos randomizados específicos para a covid e insistiu que a orientação de sua agência sobre o uso de máscara nas escolas não vai mudar. Se ela estiver se perguntando por que o respeito pelo CDC continua diminuindo, pode olhar para si mesma, renunciar e deixar que outra pessoa reorganize sua agência.

    Pesquisadores analisam estudos sobre eficácia do uso de máscaras de proteção. Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters
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    Isso provavelmente não vai acontecer: não vivemos mais em uma cultura em que a renúncia é vista como o caminho honroso para funcionários públicos que fracassam na sua tarefa.

    Mas os custos são mais profundos. Quando as pessoas dizem que “confiam na ciência”, o que presumivelmente querem dizer é que a ciência é racional, empírica, rigorosa, receptiva a novas informações, sensível a preocupações e riscos concorrentes. E também humilde, transparente, aberta a críticas, honesta sobre o que não sabe, disposta a admitir erros.

    A adesão cada vez mais irracional do CDC à orientação para o uso de máscara não é nada disso. Não está apenas minando a confiança necessária para operar como uma instituição pública eficaz. Está se tornando um cúmplice involuntário dos verdadeiros inimigos da razão e da ciência - teóricos da conspiração e charlatães - ao representar tão mal os valores e práticas que a ciência deveria exemplificar.

    Isso também denuncia a mentalidade tecnocrática que tem o desagradável hábito de presumir que nada está errado com os planos bem traçados da burocracia – desde que ninguém atrapalhe, ninguém tenha um ponto de vista divergente, todo mundo faça exatamente o que se pede e pelo tempo que a oficialidade exige. Essa é a mentalidade que acreditava que a China era um modelo altamente bem-sucedido para a resposta à pandemia.

    No entanto, nunca houve chance de que o uso de máscara nos Estados Unidos chegasse perto de 100% ou que as pessoas usassem máscaras de uma forma que reduzisse significativamente a transmissão. Parte da razão é específica dos hábitos e cultura americanos, parte dos limites constitucionais do poder do governo, parte da natureza humana, parte das necessidades sociais e econômicas conflitantes e parte da evolução do próprio vírus.

    Mas seja qual for o motivo, a obrigatoriedade do uso de máscara foi uma missão tola desde o início. Pode ter criado uma falsa sensação de segurança – e, portanto, permissão para retomar a vida seminormal. E não fez quase nada para promover a segurança de fato. O relatório Cochrane deveria ser o prego final nesse caixão.

    Há uma lição final. A última justificativa para as máscaras é que, mesmo que se mostrassem ineficazes, pareciam uma forma intuitivamente eficaz e de custo relativamente baixo de fazer algo contra o vírus nos primeiros dias da pandemia. Mas “fazer alguma coisa” não é ciência e não deveria ser uma política pública. E as pessoas que tiveram a coragem de dizer isso mereciam ser ouvidas, não tratadas com desprezo. Elas nunca vão receber o pedido de desculpas que merecem, mas sua defesa talvez seja suficiente./ TRADUÇÃO RENATO PRELORENTZOU

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    Este artigo foi originalmente publicado no The New York Times.




  • Tom Jefferson
    Dr. Tom Jefferson is a Senior Associate Tutor at the University of Oxford, a former researcher at the Nordic Cochrane Centre and a former scientific coordinator for the production of HTA reports on non-pharmaceuticals for Agenas, the Italian National Agency for Regional Healthcare.

    Medically Trained Epidemiologist with Extensive Experience of HTA and Handling Huge Datasets
    Including regulatory dossiers, clinical data synthesis, systematic reviews, health economics studies, meta-analysis within medical devices and pharmaceutical companies. Have carried out health economics modelling and scholarly work in the past and have a firm grip of regulatory processes in EU. Member of Cochrane and EUNeHTA.
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