O Politicamente Correto Ditando Regras Para a Arte.

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Comentários

  • RIAN JOHNSON DELETA MIL POSTAGENS NAS REDES SOCIAIS QUE O ENVOLVERIA AO ESCÂNDALO DE JAMES GUNN


    Questão julho 23, 2018 1 Comment  cinemafilmesnoticiashqdefault.jpg

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    Rian Johnson deletou cerca de 100 postagens em apenas 1 hora, antes do anuncio da demissão de James Gunn pela Disney, noticias já tinham sido vazadas pela Disney para a Lucas Arts, especialmente sobre o envolvimento dos dois diretores, que tinham feitos piadas semelhantes que causaram a demissão de James Gunn, uma delas o próprio Rian Johnson curtiu.


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    A polemica que causou a demissão de James Gunn veio quando ele foi atacar um de seus seguidores que era um apoiador de Trump, ele reuniu diversos Twetts do diretor, em seguida expôs na internet dizendo que Rian Johnson era o próximo, na mesma hora o diretor começou a deletar diversas postagens suas consideradas polemicas, agora a contagem chegou a mil tweets, mesmo assim ele tem uma forte ligação com a presidente da lucas arts  e por isso provavelmente não vai atrapalhar sua carreira.

    http://www.hqfan.com.br/2018/07/rian-johnson-deleta-mil-postagens-nas.html
  • Ou as bizarras regras do Netflix sobre duração em segundos de contato visual.
    O Código Hays, americano, determinava quantos centímetros de pele das atrizes podiam aparecer nos filmes.
    Alguns até gostavam porque as regras eram claras, ao contrário do Brasil, onde dependia de cada censor e do seu humor naquele dia.
     
  • O Código Hays, americano, determinava quantos centímetros de pele das atrizes podiam aparecer nos filmes.

    Havia também alguma regra sobre os tamanhos dos peitos? Lembra-me que o Howard Hugnes fez um filme com uma atriz peituda e os censores chiaram e ele, de pirraça, botou um balão em forma de um par de peitões no alto de um cinema no dia de estreia do dito filme...
  • Botânico disse:
    O Código Hays, americano, determinava quantos centímetros de pele das atrizes podiam aparecer nos filmes.
    Havia também alguma regra sobre os tamanhos dos peitos? Lembra-me que o Howard Hugnes fez um filme com uma atriz peituda e os censores chiaram e ele, de pirraça, botou um balão em forma de um par de peitões no alto de um cinema no dia de estreia do dito filme...
    Não havia nada sobre o tamanho dos peitos, mas os censores cortavam cenas onde peitos apareciam por muito tempo ou em destaque.

    Beijos só podiam durar 3 segundos (por isto, alguns cineastas trocavam por vários beijos em seguida).

    Muitas vezes, quartos de casal tinham camas separadas para marido e mulher.

    Nota: era proibido mostrar escravidão branca, mas nada havia contra escravidão negra.
  • Muitas vezes, quartos de casal tinham camas separadas para marido e mulher.

    Quando eu era criança, via estes filmes e pensava que os casais americanos realmente dormiam assim.
  • Ah! E quando a mulher já estava com 13 meses de gravidez, ainda assim a sua barriga tinha que ser bem sarada...
  • Laerte: “Sim, piadas matam. Matam simbolicamente, mas matam”Laerte mudou muito.

     E não apenas porque deixou de ser homem para virar mulher. Isso é bacana. A gente acha que quanto mais mulher no mundo, melhor. Só que isso todo mundo já viu e já sabe. Mas quem acompanha o trabalho dela com atenção, percebe claramente que isso também mudou bastante. Já faz tempo que os quadrinhos ficaram mais filosóficos e autorais e que as charges assumiram claramente uma posição ideológica. Até partidária, às vezes. Os personagens ficaram em segundo plano, incluindo os populares Piratas do Tietê.

     Nos distantes anos 80, ela, na época ainda ele, se juntou a Glauco e Angeli para renovar e revolucionar o humor gráfico brasileiro, que tinha passado tempo demais desenhando “homem-de-cartola-montado-no-operário”. Ou então a variação “militar-cheio-de-medalhas-montado-no-operário”. Era a nossa “piada de ilha” e todo cartunista fazia.

     O movimento dos “Três Amigos” apontou um novo caminho para o cartum brasileiro que estava perdido e sem um inimigo óbvio com o fim da ditadura. Sem eles não existiram revistas como “Chiclete com Banana”, “Circo”, “Geraldão” e “Piratas do Tietê”, todas editadas pela Circo Editorial do Toninho Mendes, e impulsionadas pelo sucesso das tiras na “Folha”.

     Mas, além das tiras, Laerte tinha e tem total domínio da narrativa gráfica (ou, como se diz em português, “storytelling”). Suas HQs mais longas como “A noite dos palhaços mudos” (“Circo” 4) e a “A Insustentável leveza do ser” (“Circo” 3) são clássicos do quadrinho nacional.

     Entre os vários personagens criados por Laerte estão Deus, Gato, Overman e, claro, os Piratas do Tietê, o charmoso bando de bucaneiros que tem um galeão ancorado no rio Tietê e vive de saquear e sacanear uma cidade amedrontada e indiferente. Mais São Paulo, impossível.

     Essa entrevista, como todo mundo já sabe, faz parte da série “O HUMOR NOS TEMPOS DA CÓLERA”, que tem como missão (uia) refletir sobre a arte da graça num momento tão cheio de fascismozinhos e chaticezinhas. Depois os papos vão ser reunidos num livrão lindão que pretende ser o registro histórico (uia) do humor brasileiro nesse começo de milênio.

     Ok, agora chega de enrolação. Senhoras e senhores, na passarela, o charme, a elegância e o veneno de… LAERTE!

     No Twitter é frequente que ativistas LGBT repitam uma frase que que já virou clichê “sua piada mata homossexuais todo dia”. Vem cá, piada mata?

     Sim, piadas podem fazer parte do rolo compressor de atrocidades e humilhações que as pessoas LGBTs enfrentam. Cumplicidade também é uma forma de matar, não?corpo da mulher.  No Twitter é frequente que ativistas LGBT repitam uma frase que que já virou clichê “sua piada mata homossexuais todo dia”. Vem cá, piada mata?Sim, piadas podem fazer parte do rolo compressor de atrocidades e humilhações que as pessoas LGBTs enfrentam. Cumplicidade também é uma forma de matar, não?
     Então Costinha foi tipo um Adolf Hitler do humor? Toda vez que ele começava uma piada com “aí a bichinha…”, morria alguém?

     Acho que, simbolicamente, sim. Do mesmo modo que o humor que consagra visões estereotipadas e preconceituosas em relação a mulheres, a judeus, a negros, a fanhos…há uma morte sendo cortejada, sempre. Nem sempre uma morte física, uma eliminação de um indivíduo, mas a invalidação de uma existência, de uma forma de ser humano. Costinha não foi um Hitler, não tinha ambições de conquistar. Está mais para aquele funcionário nazista, Eichmann, em que a Hannah Arendt apontou como a banalidade do mal…

     Pô, eu adoro piada de fanho. Piaaaaada-da de gaga gaga gaga gago entra nisso tam-também ou na-nanão?

     O Hugo Possolo, dos Parlapatões, disse uma vez e eu vivo citando: “pode fazer piada de qualquer coisa, só tem que saber de que lado da piada você está…”

     A pressão de um grupo – qualquer grupo – para que determinadas piadas sejam ‘proibidas’ é uma atitude defensável? 

     Não concordo com proibir falas, sejam piadas, discursos, canções. Quero que o discurso presente nessas falas possa ser questionado, já que são sempre ideológicos. Em alguns casos, quando pessoas se sentem lesadas, há necessidade de processos legais. Em outros, de uma denúncia, de um debate. Ninguém precisa aceitar insultos e humilhações só porque até há algum tempo se aceitavam…
     Eu, pessoalmente, não gosto nem um pouco da expressão “politicamente correto”. A ideia de “correção”, de que alguém pode determinar o que é “correto”, sempre me pareceu autoritária. E você, o que acha?  

     Não gosto da expressão e nem da sua contrapartida, o “incorreto”. Ultimamente, aliás, a correção política vem sendo enunciada quase exclusivamente pelos que se opõem a ela. Os que são acusados de brandi-la me parecem usar argumentos mais objetivos, como a evidência de danos causados e a ocorrência de uma linguagem ofensiva, preconceituosa ou simplesmente mentirosa. Essa demanda por dignidade, por reconhecimento de cidadania, não pode ser descartada como “politicamente correto”. É um falso resumo.

    Também prefiro não usar expressão, mas já li um monte de analistas que dizem que o crescimento da extrema-direita, de Trump ao Bolsonaro, é uma reação dialética à radicalização dessa “coisa-que-preferimos-não-dizer-o-nome”. O que você pensa disso?

     Coitadinhos… a gente devia ter moderado na dignidade. Pisamos em suscetibilidades…
     
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    Numa entrevista ao Dráuzio Varella você comentou que alguns aspectos do stand up brasileiro a incomodam. Que aspectos são esses?


     Não lembro bem do que disse, parece uma afirmação meio genérica mesmo. Não tenho uma crítica em bloco ao stand up e algumas pessoas dessa área são bem bacanas. E a linguagem do espetáculo, aquele momento ao vivo e sem rede de segurança, é um desafio que exige antenas sensíveis da pessoa e grande capacidade de elaborar respostas. A crítica que faço é em relação à busca incondicional da gargalhada que leva frequentemente às áreas ideológicas do senso comum, à elaboração de um normal onde o ridente… existe isso?…enfim, o ridente se instala para emitir uma risada punitiva em cima do ridículo dos outros. Esse é um fenômeno que me incomoda, que me tem feito pensar se quero mesmo ser conhecida como “humorista”. A verdade é que entendo humor como algo mais amplo. Nem sempre é pra gerar riso.

      Então é função do humor mudar o homem?

     Se por “homem” você está falando do ser humano, não, não é essa a função. Humor tem tanta função quanto o desenho, a música, a poesia, a dança. A função é expressar.

     
  • Você disse pra Folha em 2008 que considera muito do que fez nos “Piratas do Tietê” como “machista” ou “homofóbico”.  Você rejeita sua principal criação, Laerte?


     “Piratas do Tietê” é minha principal criação? Pra mim, é só uma delas. A minha tira tem esse nome, mas eles não aparecem mais. Não rejeito o que já fiz, só me preocupo em rever com olho crítico. Há muito de homofobia no que fiz porque havia homofobia no meu modo de pensar e sentir. Eu tinha medo da homossexualidade, que sabia viver mas bloqueei por mais de 30 anos.




    http://www.republicadosbananas.com.br/laerte-sim-piadas-matam-matam-simbolicamente-mas-matam/
  • ATOR DO PORTA DOS FUNDOS QUE ATACOU SILVIO SANTOS TEM POSTAGENS OFENSIVAS DO TWITTER EXPOSTAS POR FÃS DO APRESENTADOR


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    Ator que ficou conhecido pelo Porta dos Fundos, atualmente ator global, recentemente entrou em polemica por chamar o Silvio Santos de "Machista e Nojento", mas ele não contava com os fãs do apresentador vasculharem seu Twitter e descobrem postagens suas machistas, a situação ficou complicada para o lado dele, obrigando o ator a deletar sua conta para evitar mais problemas.


    O ator João Vicente de Castro, que chamou Silvio Santos de “machista” em sua entrevista ao programa de Fábio Porchat, foi pego em sua hipocrisia e preferiu fugir da briga.


    Internautas acharam postagens antigas do ator no Twitter, datadas em sua maioria de 2010, em que ele fazia comentários bastante pejorativos às mulheres, alguns realmente misóginos e até exagerados. Depois disso, ele desativou a conta, mas não pediu desculpas, mas acusou ser "uma vitima dos militantes de direita", em seguida dizendo que ela tudo mentira, mas prints seus já se espalharam pela internet como podem ver abaixo.



    Essa não é a primeira vez que o ator entra em confusão, ele já quase atacou Marcelo Tas, o ofendendo em um programa a qual Marcelo Tas também apresentava, apenas por ele discordar novamente do modo que pejorativo e vulgar a qual o ator falava de Silvio Santos.


    http://www.hqfan.com.br/2018/07/ator-do-porta-dos-fundos-que-atacou.html
  • DOOM Eternal faz piada com politicamente correto e esquerda americana reage



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    Algumas pessoas que militam por justiça social no Twitter não acharam graça nas piadas apresentadas no vídeo que revelou DOOM Eternal ao mundo no último final de semana.

     No vídeo, uma voz de inteligência artificial a la Siri faz recomendações atrapalhadas enquanto a Terra é invadida pelas criaturas demoníacas vindas do inferno. Em um momento, a IA recomenda que todos “colaborem para fazer com que a transição dos novos amigos ao nosso mundo seja confortável” e lembra que o termo “demônio” pode ser ofensivo, então a sugestão é chamá-los de “mortalmente deficientes”. Em outro momento, a voz comenta que “a Terra é o caldeirão cultural do universo”.

     As frases ditas pela IA poderiam passar como apenas uma piada inofensiva, mas no cenário da atual guerra cultural do ocidente, muitos viram a ironia como um ataque ao politicamente correto e à questão da imigração.

     As piadas “parecem alguma coisa que meu tio racista me mandaria”, tuitou um usuário do Twitter. “Parece que DOOM Eternal tem um subtexto anti-imigração?”, pergunta outro. “Pare de fazer piada como ‘Demônio é um termo ofensivo’ porque isso é realmente horrível para nós que sofremos com termos ofensivos”, pede outra.

     Embora a maior parte da indústria de games assuma um viés de extrema-esquerda nos Estados Unidos, a Bethesda e a id Software parecem flertar com os dois lados do espectro político. No ano passado, Wolfenstein 2 foi elogiado pelos liberais americanos pela mensagem de massacrar os nazistas, mas DOOM Eternal, feito por texanos, de fato parece ironizar alguns extremos do politicamente correto com suas piadas.

     DOOM Eternal será lançado para PC, PS4, Xbox One e Switch em data ainda indefinida.

    https://www.outerspace.com.br/doom-eternal-faz-piada-com-politicamente-correto-e-esquerda-americana-reage/
  • mulhermaravilha1984_1-750x380.jpg
    'Mulher
    -Maravilha 1984’: Fãs fazem abaixo-assinado para heroína se revelar bissexual 

    petição iniciada pela embaixadora do GLAAD, Gianna Collier-Pitts, para que a Mulher-Maravilhaseja bissexual nos cinemas está quase chegando ao seu objetivo. Com uma meta de 15 mil assinaturas, o abaixo-assinado já soma mais de 11 mil apoiadores.

     Nas HQs, a Mulher-Maravilha é uma personagem bissexual que cresceu em uma ilha repleta de mulheres e nunca havia conhecido um homem. Porém, no Universo Estendido da DC Comics isso nunca foi comentado.

     Collier-Pitts, pediu para que o próximo filme explique que Diana não era uma mulher hétero enquanto ela crescia em Themiscyra.

     
    "Uma Amazona não olha pra outra Amazona e diz 'você é gay'. Elas não fazem isso. O conceito não existe. Agora, a pergunta é se Diana se apaixonou e teve relações com outras mulheres. A resposta obviamente é sim. Ela não vai embora por que ama Steve. Ela quer conhecer e salvar o

    mundo, e decide fazer esse sacrifício", afirma a petição.
  • Em recententemente entrevista à Variety, a atriz Gal Gadot falou sobre a bissexualidade da personagem.

     
    "Não conversamos sobre isso durante a produção do filme, mas li os comentários do [roteirista das HQs] Greg Rucka e concordo completamente com ela. Ela não se relaciona com outra mulher nesse filme, mas não tem problema. Ela é uma mulher que ama pessoas, independente do sexo. Acredito que ela seja bissexual", afirmou.


    No último mês, Rucka revelou em entrevista ao Comicosity que a personagem sempre foi imaginada como uma mulher bissexual.

     
    "Quando você pensa em Themyscira, a primeira pergunta é como aquelas mulheres poderiam não se relacionar sexualmente. Faz todo o sentido que elas tenham relacionamentos homo afetivos. Uma amazona não recrimina a outra dizendo: 'Você é homossexual!'", afirmou.


    Segundo ele, não existe preconceito na terra das amazonas.

     
    "O conceito de homossexualidade sequer existe para elas. Se Diana já teve relacionamentos com outras mulheres? É óbvio que sim", concluiu.


    Mulher-Maravilha 1984‘ teve sua estreia agendada para 13 de dezembro de 2019.


    http://cinepop.com.br/mulher-maravilha-1984-fas-fazem-abaixo-assinado-para-heroina-se-revelar-bissexual-184803
  • Defender educação e respeito às diferenças é louvável, mas "Politicamente Correto", do jeito que está, é controle do pensamento. Ditadura. Opressão.

    Se você falar mal do Maníaco do Parque, arrisca de alguém lhe cobrar "empatia".

    Eu diria que o importante para essa gentalha não é a causa que defendem, é o poder sobre os outros que ela lhes dá.
    Eles ficam autorizados a perseguir e sacanear os outros, além de se sentirem superiores.
  • Ouvi dizer que vão processar o rio Solimões porque não quer se misturar com o rio Negro.
  • Fernando_Silva disse: Ouvi dizer que vão processar o rio Solimões porque não quer se misturar com o rio Negro.

    kkkkkkkkkkkkkkk
  • Nas HQs, a Mulher-Maravilha é uma personagem bissexual que cresceu em uma ilha repleta de mulheres e nunca havia conhecido um homem.

    Bem, li tão pouco os gibis da DC que nunca soube desse detalhe. Agora se os caras das franquias não quiserem por tudo a perder, mandem esses fã irem catar coquinho na ladeira.
  • Se você falar mal do Maníaco do Parque, arrisca de alguém lhe cobrar "empatia".

    E a minha resposta a essa cobrança é: a única empatia que vai haver é entre o bico do meu sapato e o saco do maníaco.
  • Empatia, superação e outras babaquices:
       Os males da empatia

    Diante de uma aranha, não precisamos esmagá-la — é até melhor ajudá-la a fugir —, mas é impossível simpatizar com ela

    A empatite é um dos males insidiosos de nosso tempo. Ela é resultado da aplicação indiscriminada e imoderada da ideia de empatia à cultura e ao debate intelectual. A disposição de colocar-se no lugar do outro certamente é remédio para a intolerância, mas pode ser veneno para a reflexão.

    Pelo menos em tese, o princípio de que sempre é possível compreender motivações de um personagem ou de um debatedor diminui a fricção no mundo. Mas o que é bom para a vida em sociedade nem sempre o é para o pensamento crítico — sem fricção não há fagulha e sem fagulha a inteligência rateia.

    “Isto é água”, discurso que David Foster Wallace proferiu para formandos do Kenyon College em 2005, é uma das súmulas dessa visão de mundo compassiva e desvitalizada. A argumentação de um dos mais superestimados escritores contemporâneos baseia-se num elogio do clichê, ou melhor, na sabedoria discutível de que “nas trincheiras cotidianas da existência adulta as platitudes banais podem ter uma importância vital”. Clássico da autoajuda hipster, nos convoca a abandonar “a tendência a intelectualizar as coisas além da conta” e, também, o “egocentrismo” — também conhecido como convicção.

    O autor de Graça infinita, que se suicidou três anos depois daquela formatura, ilustra seu ponto de vista descrevendo uma estressante ida ao supermercado, quando depois de um dia de trabalho o cidadão tem de se confrontar com variadas manifestações da estupidez humana, dos SUVs atravancando o estacionamento a crianças tocando o terror.

    Só por esse resumo, aliás, eu já tiraria zero na escolinha do professor Wallace, que sempre tenta ver as coisas de outro jeito: “Posso fazer a escolha de me forçar a cogitar a probabilidade de que todas as outras pessoas na fila do supermercado sentem o mesmo tédio e frustração que eu, e que algumas dessas pessoas certamente têm vidas bem mais duras, tediosas e sofridas que a minha em todos os sentidos”.

    William Hazlitt, que faz mais diferença para a humanidade (não aprendo mesmo), defende tese diametralmente oposta na pequena obra-prima que é Sobre o prazer de odiar. Escrevendo em 1826, o gigante do ensaísmo inglês lembra que a civilização fez com que abríssemos mão da violência, “mas não da essência ou do princípio da hostilidade”.

    A natureza e o mundo são, lembra ele, feitos de “antipatias”: repugnados diante de uma aranha, não precisamos esmagá-la — é até melhor ajudá-la a fugir —, mas é impossível simpatizar com ela.

    É que, no fundo, afirma Hazlitt, “sem algo para odiar, acabaríamos perdendo o próprio ímpeto do pensamento e da ação”, “a vida se tornaria uma poça estagnada”. Mas não se assustem: o prazer de odiar sobreviveria na descrição e na imaginação — ou seja, na escrita.

    No início do mês, Bernardo Carvalho defendeu, na Folha de S.Paulo, que o ódio, e não os bons sentimentos, é “o motor da literatura” — o que de alguma forma atualiza os princípios de Hazlitt. No artigo, ele lança mão de exemplos clássicos, como o austríaco Thomas Bernhard, e contemporâneos — a francesa Nathalie Quintane. Eu ficaria aqui com duas crueldades pinçadas em contos de Machado de Assis, sempre impiedoso com seus personagens e, é claro, com os leitores.

    Em Um homem célebre, a história de Pestana, o maestro frustrado que sonha com sonatas e só consegue compor maxixes, termina com uma joia de sarcasmo: “Foi a única pilhéria que disse em toda a vida, e era tempo, porque expirou na madrugada seguinte, às quatro horas e cinco minutos, bem com os homens e mal consigo mesmo”. Tão lapidar quanto essa última frase, só a primeira de O escrivão Coimbra, que resume o que se vai ler sem dar chance à esperança: “Aparentemente há poucos espetáculos tão melancólicos como um ancião comprando um bilhete de loteria”.

    Se contaminado pela empatite, nosso maior escritor iria sondar as ilusões de Pestana e Coimbra e compadecer-se, promovendo identificações entre nossas frustrações e as deles. Mais ou menos como faz parte da ficção contemporânea, deambulando entre elogios cafonas da procriação, rusgas conjugais vividas como epopeias ou dramas pessoais que fazem da narrativa um documento de “superação” — essa uma outra ideia perversa que também está virando epidemia.
    https://epoca.globo.com/paulo-roberto-pires/os-males-da-empatia-22983791#ixzz5OkSiFMFG
     

     
  • @Fernando_Silva na timeline aqui:

    <blockquote class="twitter-tweet" data-lang="pt"><p lang="pt" dir="ltr">Vocês que tem medo dos insetos e matam os bichos tudo na chinelada, dica boa pra botar os bichos longe da sua casa, mas sem matar! <a href="https://t.co/XxGFUmOmiS">https://t.co/XxGFUmOmiS</a>; <a href="https://t.co/uqwKvQqv38">pic.twitter.com/uqwKvQqv38</a></p>&mdash; Jurandir Filho (@jurandirfilho) <a href=" de agosto de 2018</a></blockquote>
    <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js"; charset="utf-8"></script>
     
  • Já tinha visto. Ou então você convive com eles, de forma politicamente correta, sem preconceitos.
     
  • Algum de vocês curte mangás (HQ japa)? O politicamente correto é bem menor que no mundo DC Marvel !
  • stefanobahia disse: Algum de vocês curte mangás (HQ japa)? O politicamente correto é bem menor que no mundo DC Marvel !

    Verdade, o problema é a fandom otaku lacradora. 
  • @Percival  Mas é apenas 1 grupo seleto e só...  
    Há cenas de animes e mangás que o politicamente correto cai matando. Ex: Mestre Kame é tarado ao extremo. (Dragon Ball) ... em Yu Yu Hakusho no mangá... os estudantes são delinquentes e fumam.  EM City Hunter, o protagonista é tarado pra caramba...   Em CDZ, Shiriyu corta os pulsos e coloca sangue na armadura.   Em suma, o politicamente correto é menor no Japão.
  • editado August 2018
    Eu sei, mas esse tipo de grupo de Nerds pós modernos alimentam um comportamento tóxico e perigoso. Tem que se boicotar o politicamente correto. 
  • @Percival  exato... pois é 1 censura horrenda.
    1 especialista em mangá chegou a afirmar que o mangá no Japão sofreu menos censura que os comics nos EUA antigamente por causa do passado militarista do arquipélago nos anos 30 e 40.  Aquele ressentimento da censura anteriormente.
  • O comic code, pior é a esquerda querer recussitar isso agora.

    Se bem que tá recussitando de outra forma, é cagar regra de como fazer quadrinhos e outras mídias.
  • @Percival  exato... pois é 1 censura horrenda.

    Disso que eu falo:

  • @Percival 
    Devem ser discípulos desse pulha.
     
  • Essa gente é louca, e está em todos os níveis da culturar pop.

    Já ouviu falar de Anitta Sarkeesian e do Gamer Gate?

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