O Positivismo e o Materialismo Dialético - Início do século XX"

editado July 2023 em Religião é veneno
No início do século XX, houve uma ascensão significativa de correntes filosóficas materialistas que desafiaram as concepções religiosas e espirituais predominantes na época. Essas correntes, em geral, se baseavam em uma abordagem científica e racionalista para compreender o mundo e a existência humana, enfatizando a importância da matéria e da natureza como fundamentos da realidade.

Uma das correntes filosóficas materialistas mais influentes foi o positivismo, desenvolvido por Auguste Comte. O positivismo propunha que apenas o conhecimento baseado na observação empírica e nos métodos científicos poderia ser considerado válido, rejeitando assim qualquer forma de conhecimento baseado na fé ou na especulação metafísica. O positivismo tinha uma visão bastante secularizada da realidade, buscando explicar os fenômenos naturais e sociais por meio de leis científicas.

Além do positivismo, outras correntes materialistas surgiram no início do século XX, como o materialismo dialético de Karl Marx e Friedrich Engels, que aplicou princípios materialistas à análise da sociedade e da história. Segundo o materialismo dialético, as relações de produção e as condições materiais da vida humana são determinantes na estruturação social, e a religião seria vista como uma superestrutura ideológica que reflete essas condições materiais.

Essas correntes materialistas desafiaram diretamente os movimentos religiosos estabelecidos, incluindo o espiritismo. O espiritismo é uma doutrina que se baseia na crença na existência de espíritos e na possibilidade de comunicação com eles por meio de médiuns. No entanto, para os filósofos materialistas, essas crenças espiritualistas eram consideradas supérfluas e incompatíveis com uma visão científica do mundo. Eles argumentavam que as supostas comunicações com espíritos poderiam ser explicadas por fenômenos naturais ou por enganos psicológicos.

Comentários

  • patolino escreveu: »
    Uma das correntes filosóficas materialistas mais influentes foi o positivismo, desenvolvido por Auguste Comte. O positivismo propunha que apenas o conhecimento baseado na observação empírica e nos métodos científicos poderia ser considerado válido, rejeitando assim qualquer forma de conhecimento baseado na fé ou na especulação metafísica. O positivismo tinha uma visão bastante secularizada da realidade, buscando explicar os fenômenos naturais e sociais por meio de leis científicas.
    Especulações podem levar a descobertas científicas, mas só depois que deixam de ser especulação para se tornar fato comprovado.
    Especulação não é conhecimento, é apenas tatear no escuro em busca de respostas.
  • editado July 2023
    Se eu lecionasse Espiritismo Francês n'alguma Faculdade de Teologia, minha 1ª classe teria como textos base além, claro, da fonte geral Terra e Céu do Jean Reynaud, a excelente
    Introdução: O Problema do Socialismo Romântico
    do livro de Jonathan Beecher
    Victor Considerant and the Rise and Fall of French Romantic Socialism
  • Pierre Leroux, filósofo francês foi quem cunhou o termo "Socialismo" em 1831. Escreveu várias obras sobre o tema, inclusive, talvez, a mais importante, "Da Plutocracia".
    Lançou a Encyclopédie Nouvelle (1836-1843) e a Revue Indépendente (1841-1848), na qual expôs sua teoria de um Deísmo nacional para substituir as religiões cristãs, - e que não pode ser confundido com Ateísmo e nem com o Teísmo.
    O Deísmo é uma categoria do Teísmo e uma concepção filosófica que acredita na criação do universo por uma inteligência superior (que pode ser Deus, ou não), através da razão, do livre pensamento e da experiência pessoal, em vez dos elementos comuns das religiões teístas como a revelação direta, ou tradição, e neste aspecto guardando forte semelhança com o Espiritismo.
  • editado July 2023
    patolino escreveu: »
    Pierre Leroux, filósofo francês foi quem cunhou o termo "Socialismo" em 1831. Escreveu várias obras sobre o tema, inclusive, talvez, a mais importante, "Da Plutocracia".
    Lançou a Encyclopédie Nouvelle (1836-1843) e a Revue Indépendente (1841-1848), na qual expôs sua teoria de um Deísmo nacional para substituir as religiões cristãs, - e que não pode ser confundido com Ateísmo e nem com o Teísmo.
    O Deísmo é uma categoria do Teísmo e uma concepção filosófica que acredita na criação do universo por uma inteligência superior (que pode ser Deus, ou não), através da razão, do livre pensamento e da experiência pessoal, em vez dos elementos comuns das religiões teístas como a revelação direta, ou tradição, e neste aspecto guardando forte semelhança com o Espiritismo.
    Uma possível definição de deísmo é que houve um criador, mas ele não está nem aí para nós.
    Enquanto que, no teísmo, o criador se preocupa com a gente.
  • editado July 2023
    Lançou a Encyclopédie Nouvelle
    junto c/o Jean Reynaud. No fim acabaram se afastando por razões de personalidade e até "ideologicamente" so to speak por causa de como seria o funcionamento da Reencarnação.

  • Fernando_Silva escreveu: »
    patolino escreveu: »
    Pierre Leroux, filósofo francês foi quem cunhou o termo "Socialismo" em 1831. Escreveu várias obras sobre o tema, inclusive, talvez, a mais importante, "Da Plutocracia".
    Lançou a Encyclopédie Nouvelle (1836-1843) e a Revue Indépendente (1841-1848), na qual expôs sua teoria de um Deísmo nacional para substituir as religiões cristãs, - e que não pode ser confundido com Ateísmo e nem com o Teísmo.
    O Deísmo é uma categoria do Teísmo e uma concepção filosófica que acredita na criação do universo por uma inteligência superior (que pode ser Deus, ou não), através da razão, do livre pensamento e da experiência pessoal, em vez dos elementos comuns das religiões teístas como a revelação direta, ou tradição, e neste aspecto guardando forte semelhança com o Espiritismo.
    Uma possível definição de deísmo é que houve um criador, mas ele não está nem aí para nós.
    Enquanto que, no teísmo, o criador se preocupa com a gente.

    Muito interessante, Fernando; poderia desenvolver um pouco mais essa ideia?
  • Gorducho escreveu: »
    Lançou a Encyclopédie Nouvelle
    junto c/o Jean Reynaud. No fim acabaram se afastando por razões de personalidade e até "ideologicamente" so to speak por causa de como seria o funcionamento da Reencarnação.

    Sim, de fato Jean Reynaud defendia as "muitas existências" e negava as penas eternas e o paraíso. Kardec o considerou um dos precursores do Espiritismo.
    Você foi sempre admirador dele, pois não?
  • patolino escreveu: »
    Fernando_Silva escreveu: »
    Uma possível definição de deísmo é que houve um criador, mas ele não está nem aí para nós.
    Enquanto que, no teísmo, o criador se preocupa com a gente.
    Muito interessante, Fernando; poderia desenvolver um pouco mais essa ideia?
    Não vejo como desenvolver. É apenas uma definição.

    O deísmo afirma que, para Deus, somos apenas um detalhe sem importância no vasto universo.
    Que ele não criou o universo para que pudéssemos existir e nem tem planos especiais para cada um de nós.
    Provavelmente já esqueceu da gente.
  • editado July 2023
    Você foi sempre admirador dele, pois não?
    👎 nutro profunda antipatia pela figura por causa do pensamento dele acerca dos "animais", conforme relatado no livro
    Consumable Methafors, Capítulo 4 (selecionar no list box acima à direita no GB) pg. 70 e seguintes, de Ceri Crossley.
    Mas afora os "pilares" so to speak mesmerismo + mediunismo, Terra e Céu contém verdadeiro esqueleto do que veio a ser o restante da Doutrina Kardecista.
    Note: não estou dizendo que o Kardec usou como road map, de jeito nenhum. É que evidencia o óbvio: os conceitos tavam na cabeça de "espíritos" dos... vivos; capisci❓
    Não sei se o Colega lê bem o Idioma da Codificação🤔 Se sim, terei prazer em guiá-lo através da obra, infelizmente MUITO chata, mas fundamental.
    Lá tem
    • Conveniência da retomada de estudos teológicos.
    • Missão da Gália de elucidar a questão da sobrevivência das almas constante no fim do Pai Nosso mas deixada em aberto pela ICAR [1].
    • Pluralidade dos mundos habitados e reencarnações nesses [2].
    • Inexistência de penas eternas e do Inferno — como já lembrado pelo Colega.
    • Natureza dos Anjos.
    • Necessidade dum Código Penal pras almas: Principes généraux du système pénal de la société de l'univers — que de imediato nos faz lembrar CI – VII, claro.
    [1]
    Carnis resurrectionem, vitam æternam : Amen.
    [2] Foi 1 motivador do atrito c/o PL. O modelo reencarnacionista do PL era só cá na Terra.
  • Sim, a ressureição da carne lembra os filmes de Zombies.
    Sensibilizado, agradeço muitíssimo sua disposição em ajudar-me no entendimento da obra.
    Ando assoberbado por compromissos com as reuniões online que dirijo e que tomam tempo e disposição além de outros compromissos, sobre os quais não quero aborrecer o colega enumerando-os.
    Oportunamente cobrarei de vc sua boa vontade e estudaremos juntos..
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