Por que o socialismo cresce nos EUA e no Brasil a direita ganha força?
Por que o socialismo cresce nos EUA e no Brasil a direita ganha força?
Esse é um fenômeno curioso. Depois de Donald Trump, o interesse pelo socialismo explodiu entre os jovens norte-americanos (...) Por que é que no Brasil está acontecendo justamente o oposto?
“Eu cresci nos anos 1980, quando não havia palavrão pior na política americana do que ‘socialismo'”, comenta o professor de história Jason Martinek, da New Jersey City University. “Agora não é mais assim. A geração do milênio, que não tem a bagagem de Guerra Fria de seus pais ou avós, parece mais aberta às ideias socialistas.”
Esse é um fenômeno curioso. Depois de Donald Trump, o interesse pelo socialismo explodiu entre os jovens norte-americanos. Essa geração, criada após a queda do muro de Berlim, não conviveu com ódio insano contra os comunistas retratado nas ruas e no cinema hollywoodiano. Além disso, tivemos o fenômeno Bernies que abriu a cabeça de muitos para um tipo de política em prol da melhoria das condições sociais.
Por que é que no Brasil está acontecendo justamente o oposto? Por que motivo as ideias socialistas estão sendo vítimas do ódio enquanto que a direita vem ganhando cada vez mais espaço entre os jovens?
A questão é também geracional. A geração que nasceu após 1991 está bem distante da ditadura militar. O monstro descrito pelos professores de história e pelos filmes, não assusta mais por causa da distância física em relação ao evento. E o que não se conhece desperta curiosidade.
Já o socialismo foi sempre lembrado, inclusive o PT ficou associado a ele. Portanto, entre nós, a novidade passou a ser a ditadura militar e entre os americanos o socialismo.
Essa questão é perigosa. Porque aqui, muitos associam o fenômeno Bolsonaro ao nazismo, o que pode levar os seus seguidores a adorarem tal ideologia, já que não serão convencidos de que o seu ídolo seria uma pessoa ruim. Ele jamais representaria algo tão negativo. Logo, se ele for nazista, essa ideia pode parecer sedutora.
Embora tanto a geração dos EUA quanto a geração brasileira não tenham vivido sob o nazismo – o que poderia transformar essa ideia em algo atraente -, o interesse pela extrema direita torna-se muito maior nessa parte da América, porque o socialismo é uma ideia completamente oposta ao nazismo, já uma ditadura militar em nome da ordem, apresenta uma grande relação com tal ideia.
Isso pode ser observado mais na ditadura de Vargas que na de 64. “As autoridades policiais brasileiras”, escreve a professora Maria Luiza Tucci Carneiro, “favoreceram e acobertaram as ações dos partidários do nacional-socialismo”.
Contudo, em nossa época a situação é ainda pior. Na era Vargas os EUA prezavam pela democracia e se mostravam claramente opostos às ideologias nazistas. Hoje, a ideia que Trump passa é bem diferente. Extremistas o apoiam. E o nosso candidato do PSL à presidência demostra grande simpatia ao chefe do executivo estadunidense.
Mas a reprovação ao governo Trump já chegou a 60% entre os americanos, situação que está abrindo uma brecha para a penetração do socialismo por lá. Aqui, devido à geração que se apaixonou pelas ideias de direita, acredito que a reprovação a um possível governo de Bolsonaro, vai demorar um pouco mais para se tornar dominante. Mas a esquerda brasileira deve agir (embora as investidas contra ela estão adquirindo uma feição cada vez mais agressiva), inclusive fazer sim conexões com essa esquerda que vem crescendo nos EUA e se mostrando (servindo de exemplo para outros países) como opção real aos governos nefastos que vem surgindo nos últimos anos.
https://revistaforum.com.br/colunistas/por-que-o-socialismo-cresce-nos-eua-e-no-brasil-a-direita-ganha-forca/
Esse é um fenômeno curioso. Depois de Donald Trump, o interesse pelo socialismo explodiu entre os jovens norte-americanos (...) Por que é que no Brasil está acontecendo justamente o oposto?
“Eu cresci nos anos 1980, quando não havia palavrão pior na política americana do que ‘socialismo'”, comenta o professor de história Jason Martinek, da New Jersey City University. “Agora não é mais assim. A geração do milênio, que não tem a bagagem de Guerra Fria de seus pais ou avós, parece mais aberta às ideias socialistas.”
Esse é um fenômeno curioso. Depois de Donald Trump, o interesse pelo socialismo explodiu entre os jovens norte-americanos. Essa geração, criada após a queda do muro de Berlim, não conviveu com ódio insano contra os comunistas retratado nas ruas e no cinema hollywoodiano. Além disso, tivemos o fenômeno Bernies que abriu a cabeça de muitos para um tipo de política em prol da melhoria das condições sociais.
Por que é que no Brasil está acontecendo justamente o oposto? Por que motivo as ideias socialistas estão sendo vítimas do ódio enquanto que a direita vem ganhando cada vez mais espaço entre os jovens?
A questão é também geracional. A geração que nasceu após 1991 está bem distante da ditadura militar. O monstro descrito pelos professores de história e pelos filmes, não assusta mais por causa da distância física em relação ao evento. E o que não se conhece desperta curiosidade.
Já o socialismo foi sempre lembrado, inclusive o PT ficou associado a ele. Portanto, entre nós, a novidade passou a ser a ditadura militar e entre os americanos o socialismo.
Essa questão é perigosa. Porque aqui, muitos associam o fenômeno Bolsonaro ao nazismo, o que pode levar os seus seguidores a adorarem tal ideologia, já que não serão convencidos de que o seu ídolo seria uma pessoa ruim. Ele jamais representaria algo tão negativo. Logo, se ele for nazista, essa ideia pode parecer sedutora.
Embora tanto a geração dos EUA quanto a geração brasileira não tenham vivido sob o nazismo – o que poderia transformar essa ideia em algo atraente -, o interesse pela extrema direita torna-se muito maior nessa parte da América, porque o socialismo é uma ideia completamente oposta ao nazismo, já uma ditadura militar em nome da ordem, apresenta uma grande relação com tal ideia.
Isso pode ser observado mais na ditadura de Vargas que na de 64. “As autoridades policiais brasileiras”, escreve a professora Maria Luiza Tucci Carneiro, “favoreceram e acobertaram as ações dos partidários do nacional-socialismo”.
Contudo, em nossa época a situação é ainda pior. Na era Vargas os EUA prezavam pela democracia e se mostravam claramente opostos às ideologias nazistas. Hoje, a ideia que Trump passa é bem diferente. Extremistas o apoiam. E o nosso candidato do PSL à presidência demostra grande simpatia ao chefe do executivo estadunidense.
Mas a reprovação ao governo Trump já chegou a 60% entre os americanos, situação que está abrindo uma brecha para a penetração do socialismo por lá. Aqui, devido à geração que se apaixonou pelas ideias de direita, acredito que a reprovação a um possível governo de Bolsonaro, vai demorar um pouco mais para se tornar dominante. Mas a esquerda brasileira deve agir (embora as investidas contra ela estão adquirindo uma feição cada vez mais agressiva), inclusive fazer sim conexões com essa esquerda que vem crescendo nos EUA e se mostrando (servindo de exemplo para outros países) como opção real aos governos nefastos que vem surgindo nos últimos anos.
https://revistaforum.com.br/colunistas/por-que-o-socialismo-cresce-nos-eua-e-no-brasil-a-direita-ganha-forca/
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Comentários
Bastou.
Só ler a parte final pra ver a visão dos autores.
Meu Deus...é tipo o Pug virar comentarista da Band
Basta ver como citam o Nazismo.
Qualquer um que não seja absolutamente ignorante ou desonesto entende o Nazismo como uma anomalia histórica irreprodutível, diferente do Fascismo genérico, que tá sempre pipocando aqui e ali, mas que também precisa de um contexto sócio-histórico muito específico para se desenvolver.
É uma das diferenças básicas entre Fascismo e Comunismo.
O primeiro é uma erva daninha que só cresce em determinados solos, enquanto o segundo é uma praga que brota até em parede se ninguém remover as sementes.
Disto isto, alguém que sugere que o cara vai virar Nazista porque gosta do Bolsonaro resume o Babaquara que é.
É, tem tudo a ver...
Pior que é mesmo.
Só que aqui tem três supremos que querem cassar a chapa do Bozo, pois estão putos da vida com a vitória da direita por aqui. Só quero ver, se conseguirem, o pau que vão levar do povão.
São criticados por terem o apoio de Bolsonaro e Olavo de Carvalho, mas não sei se eles apoiam os dois.
Entre seus muitos vídeos, está um sobre 1964:
Neste vídeo, uma entrevista no canal do Lacombe: