Manifestantes de Hong Kong dão as mãos e formam corrente humana de mais de 30 quilômetros
Protesto pacífico repete mobilização anti-soviética de mais de 30 anos atrás

HONG KONG - Milhares de moradores de Hong Kong deram as mãos e formaram correntes humanas em grandes partes da cidade para exigir eleições diretas, em mais uma prova da força contínua do movimento de protestos que já dura meses. O método de manifestação evocou uma importante mobilização anti-soviética de 30 anos atrás.
Os participantes se dividiram em três rotas, totalizando mais de 35 quilômetros que cruzaram partes densamente povoadas das ilhas de Hong Kong, Kowloon e dos Novos Territórios.
A organização para o protesto aconteceu pela internet ao longo desta semana, após uma marcha atrair centenas de milhares de pessoas na chuva domingo, em desafio a uma proibição da polícia e a advertências do governo chinês.
Nesta sexta-feira, os participantes cantaram canções de protesto e entoaram palavras de ordem. Enquanto a maioria segurava as mãos uns dos outros, havia também quem os iluminasse com as lanternas dos celulares. Vários seguravam cartazes com bandeiras de outros países e a frase: “Obrigado por apoiar a liberdade e a democracia!”.

Os manifestantes se alinharam em meio a torres de apartamentos e a movimentadas ruas comerciais, chamando a atenção de frequentadores de bares e de trabalhadores de escritório que voltavam para casa depois do trabalho.
— Quero transmitir ao mundo uma mensagem de que somos pacíficos — disse Lee Kin, de 29 anos, funcionário de uma seguradora. — Mesmo que eu apoie a luta violenta contra o Partido Comunista Chinês, se pudermos nos manifestar pacificamente, podemos obter mais apoio do resto do mundo.
A nova tática da corrente humana se soma a diversos tipos de protesto, incluindo marchas, petições, anúncios em publicações internacionais, intervenções artísticas em passarelas cheias de arte e violentas ações de confronto, como a depredação de prédios do governo, conflitos com a polícia e bloqueio de estradas e trens.
Elsa Lam, de 44 anos, funcionária do setor de catering, disse que raramente participava de protestos, mas que desta vez levou o filho de 8 anos, Aiden, para o encontro no bairro de Causeway Bay.
— Eu saí com ele hoje porque estou preocupada de que não possa mais desfrutar da liberdade de reunião quando crescer — disse ela.
Paul Au, 62, dono de uma pequena loja de discos, já participou de vários movimentos de protesto em Hong Kong, inclusive após a repressão aos protestos na Praça da Paz Celestial em 1989. Nenhum deles, disse ele, era tão grande quanto as manifestações deste verão.

HONG KONG - Milhares de moradores de Hong Kong deram as mãos e formaram correntes humanas em grandes partes da cidade para exigir eleições diretas, em mais uma prova da força contínua do movimento de protestos que já dura meses. O método de manifestação evocou uma importante mobilização anti-soviética de 30 anos atrás.
Os participantes se dividiram em três rotas, totalizando mais de 35 quilômetros que cruzaram partes densamente povoadas das ilhas de Hong Kong, Kowloon e dos Novos Territórios.
A organização para o protesto aconteceu pela internet ao longo desta semana, após uma marcha atrair centenas de milhares de pessoas na chuva domingo, em desafio a uma proibição da polícia e a advertências do governo chinês.
Nesta sexta-feira, os participantes cantaram canções de protesto e entoaram palavras de ordem. Enquanto a maioria segurava as mãos uns dos outros, havia também quem os iluminasse com as lanternas dos celulares. Vários seguravam cartazes com bandeiras de outros países e a frase: “Obrigado por apoiar a liberdade e a democracia!”.

Os manifestantes se alinharam em meio a torres de apartamentos e a movimentadas ruas comerciais, chamando a atenção de frequentadores de bares e de trabalhadores de escritório que voltavam para casa depois do trabalho.
— Quero transmitir ao mundo uma mensagem de que somos pacíficos — disse Lee Kin, de 29 anos, funcionário de uma seguradora. — Mesmo que eu apoie a luta violenta contra o Partido Comunista Chinês, se pudermos nos manifestar pacificamente, podemos obter mais apoio do resto do mundo.
A nova tática da corrente humana se soma a diversos tipos de protesto, incluindo marchas, petições, anúncios em publicações internacionais, intervenções artísticas em passarelas cheias de arte e violentas ações de confronto, como a depredação de prédios do governo, conflitos com a polícia e bloqueio de estradas e trens.
Elsa Lam, de 44 anos, funcionária do setor de catering, disse que raramente participava de protestos, mas que desta vez levou o filho de 8 anos, Aiden, para o encontro no bairro de Causeway Bay.
— Eu saí com ele hoje porque estou preocupada de que não possa mais desfrutar da liberdade de reunião quando crescer — disse ela.
Paul Au, 62, dono de uma pequena loja de discos, já participou de vários movimentos de protesto em Hong Kong, inclusive após a repressão aos protestos na Praça da Paz Celestial em 1989. Nenhum deles, disse ele, era tão grande quanto as manifestações deste verão.
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Uma planilha postada online perguntava aos possíveis participantes onde eles planejavam ir e, em seguida, calculava se o comparecimento estaria acima ou abaixo das expectativas, a fim de direcionar as pessoas para lugares vazios da corrente. Em alguns lugares onde os números eram muito grandes, a linha serpenteava para as ruas secundárias e depois para a rota principal.
A manifestação foi uma demonstração “da solidariedade e união do povo de Hong Kong”, disse Joshua Wong, um proeminente ativista.
— O comparecimento de hoje foi realmente uma surpresa — disse ele. — Tivemos menos de cinco dias para preparar toda a ação do caminho Hong Kong. Aqui estão as pessoas pacificamente reunidas. Isso apenas prova: se não há polícia, temos paz.
Sexta-feira é o 30º aniversário do protesto de 1989 da Cadeia do Báltico, quando cerca de dois milhões de pessoas da Estônia, Letônia e Lituânia formaram uma corrente humana para pedir independência da União Soviética.
Evitar o destino da União Soviética tem sido uma preocupação do líder chinês, Xi Jinping, e de outras autoridades chinesas. Durante uma visita de 2017 a Hong Kong, Xi alertou com severidade que desafiar a soberania da China “cruzaria uma linha vermelha”.
Os organizadores não enfatizaram que compartilhavam o sentimento pró-independência do protesto báltico que inspirou o evento de sexta-feira. Os protestos de Hong Kong começaram, no dia 9 de junho, com o objetivo de impedir que a chefe do Executivo do território, Carrie Lam, aprovasse um projeto de lei que permitiria a extradição para a China continental. Desde então, mesmo após Lam anunciar o engavetamento da lei, os protestos ganharam motivações mais amplas que desafiam o domínio chinês sobre o território.
As demandas se expandiram para incluir a anistia aos manifestantes presos e uma investigação sobre a violência policial. O protesto de sexta-feira levantou essas demandas, com ênfase em outras: expandir a democracia em Hong Kong e fazer com que a liderança do Executivo, atualmente selecionada por um comitê de cerca de 1.200, seja eleita diretamente.
— A grande maioria dos participantes em protestos não é defensora da independência de Hong Kong — disse Willy Lam, professor adjunto do Centro de Estudos da China da Universidade Chinesa de Hong Kong. — Eles escolheram essa corrente humana do Báltico como um símbolo de unidade.
Uma publicação amplamente lida em um quadro de avisos usado por manifestantes disse que, embora manifestantes mais aguerridos considerem a corrente "boba", é importante que eles ainda participem.
“Somos todos de Hong Kong", afirmava o recador. “Não devemos nos dividir em 'militantes' e 'pacíficos'. Para vencer, devemos ser mais unidos que o nosso adversário ”.
https://oglobo.globo.com/mundo/manifestantes-de-hong-kong-dao-as-maos-formam-corrente-humana-de-mais-de-30-quilometros-23898425
Há cerca de 10% de minorias étnicas.
Ocidente devia promover o desmembramento territorial, a começar pelo Tibet, seguido dos povos turco-mongóis, etc.
O território perdido seria imenso.
Nisto Trump embora estúpido está a fazer um favor ao Ocidente ao confrontar se com a China. O gigante asiático cresceu porque os ocidentais abriram as pernas.
A entrega de Hong Kong à China teve como salvaguarda 50 anos de "independência" deste face ao segundo - o tal, 2 países 2 sistemas.
Acredito que a paciência de chinês funciona nos dois lados, mais do que Hong Kong tornar se "chinês", a China ser engolida por Hong Kong, pois este povo conhece a liberdade...
Outros, mais cultos, mais instruídos, com mais contacto com o exterior, querem uma democracia. O massacre da Praça da Paz prova isto.
Ng “Blitzchung” Wai Chung é um jogador profissional de Hearthstone que emitiu declarações pro-Hong Kong. A Blizzard anunciou a expulsão do jogador durante um ano por ter violado uma secção do regulamento de um torneio.
Blitzchung viu-se privado do prize money do torneio de Hearthstone e está impedido de participar em torneios da Blizzard durante um ano. A editora justifica a punição por Blitzchung ter violado a secção do regulamento que proibe os jogadores de fazer ou dizer alguma coisa que «ofenda uma porção ou grupo do público». A Blizzard escreve em comunicado que «Grandmasters é o nível mais elevado dos Esports Hearthstone e levamos as violações das regras do torneio muito a sério (...) embora apoiemos os direitos de cada um para expressar os seus pensamentos individuais e opiniões, os jogadores e outros participantes que fazem parte das competições de esports têm de respeitar as regras da competição», cita o ArsTechnica.
Os vídeos da participação infratora de Blitzchung já não estão disponíveis, mas o Inven Global avança que o jogador gritou, em mandarim, «Libertem Hong Kong, a revolução da nossa era!» enquanto envergava uma máscara de gás, símbolo dos protestantes locais.
«O meu apelo no stream foi apenas mais uma forma de participação nos protestos que quero que mereçam mais atenção», disse o jogador «Sei o que minha ação no stream significa. Poderá causar-me muitos apuros, mesmo na minha segurança na vida real. Mas julgo ser o meu dever dizer algo sobre o assunto».
A China tem usado o seu poderio económico para pressionar as empresas do Ocidente a censurar os discursos pro-Hong Kong e a Blizzard pode ter sido uma das “vítimas” mais recentes das pressões chinesas.
http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/jogos/2019-10-08-Blizzard-expulsa-jogador-profissional-de-Hearthstone-por-apoiar-Hong-Kong