Editora Abril anuncia fim da Boa Forma, Elle, Mundo Estranho e outros títulos

No geral, revistas que não fazem nenhuma falta. Mas o pessoal do Jornalismo ideológico que trabalhava nessas publicações importantíssimas tão reclamando um bocado:


A Editora Abril anunciou nesta segunda-feira, 6, em comunicado, que vai manter 15 títulos em operação - com isso, boa parte do portfólio de revistas femininas e de arquitetura e decoração será fechada. 

As medidas, que vão resultar na demissão de centenas de funcionários, segundo apurou o jornal "O Estado de S. Paulo", vêm cerca de duas semanas depois de a empresa de reestruturação Alvarez & Marsal ter assumido o comando da companhia de mídia. No comunicado em que anunciou a reestruturação, a Abril mencionou os cortes, mas não informou o total de demitidos. 

Entre os títulos encerrados dentro da reestruturação anunciada nesta segunda-feira estão revistas femininas, como Elle e Cosmopolitan, e dedicadas ao setor de decoração, como Casa Claudia, Arquitetura e Minha Casa. A Boa Forma também deixará de circular. Os 15 títulos que continuam a existir, entre revistas impressas e sites, são: Veja, Veja São Paulo, Exame, Quatro Rodas, Cláudia, Saúde, SuperInteressante, Viagem e Turismo, Você S/A, Você RH, Guia do Estudante, Capricho, M de Mulher, Vip e Placar.

A Abril vem em um processo de reestruturação que já dura cerca de um ano. Em outubro do ano passado, a empresa Legasi (antiga 44 Capital) começou um processo de cortes com o objetivo de reduzir o endividamento do grupo, que hoje está próximo de R$ 1,3 bilhão. 



O prejuízo da empresa no ano passado foi superior a R$ 330 milhões, de acordo com relatório da PriceWaterhouseCoopers. Uma das medidas da Legasi foi a mudança da sede da empresa, para reduzir custos.



Conhecida por assumir negócios em dificuldades, como a Casa & Vídeo e a Brasil Pharma (negócio de farmácias do BTG), a Alvarez & Marsal colocou um executivo próprio - Marcos Haaland - como presidente da Abril, há cerca de duas semanas. 



A entrada de Haaland ocasionou a saída de Giancarlo Civita, neto do fundador do grupo, que havia assumido o comando da companhia em março deste ano, após duas trocas de liderança em quatro meses.

https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2018/08/06/internas_economia,978357/editora-abril-anuncia-fechamento-de-titulos-e-demissoes.shtml


 

Comentários

  • editado August 2018
    Hã? Isso é notícia de 10 anos atrás? Impossível imaginar que ainda estavam sendo produzidas. quem compraria nessa era da internet e da informação em tempo real? Quando as revistas chegam na banca já são notícia velha.

    E para piorar de vez não tem como instalar AdBlock, metade do material é só propaganda.
  • As revistas da Disney, que foram as primeiras publicadas pela Abril, também não serão mais publicadas.
    Cameron disse: Hã? Isso é notícia de 10 anos atrás? Impossível imaginar que ainda estavam sendo produzidas. quem compraria nessa era da internet e da informação em tempo real? Quando as revistas chegam na banca já são notícia velha.

    E para piorar de vez não tem como instalar AdBlock, metade do material é só propaganda.
    Eu comprava revistas como Info Exame e PC&Cia., mas viraram apenas digitais e depois sumiram.
     
  • As revistas da Disney, que foram as primeiras publicadas pela Abril, também não serão mais publicadas.

    Sim, saiu um comunicado esse ano. Mas já até imaginava que se os quadrinhos estão indo por esse caminho outras publicações iriam pro ralo. 
  • Eu comprava revistas como Info Exame e PC&Cia., mas viraram apenas digitais e depois sumiram.

    Sou da época que achava que comprava muitos daquelas revistas com CD, hoje nem faço mais isso, aliás nem existem mais. 
  • Percival disse:
    Eu comprava revistas como Info Exame e PC&Cia., mas viraram apenas digitais e depois sumiram.
    Sou da época que achava que comprava muitos daquelas revistas com CD, hoje nem faço mais isso, aliás nem existem mais. 
    Eu comecei a comprar ainda na época do disquete (e era impressionante como cabia tanta coisa num único disquete de 1.44MB).

    Elas eram importantes porque, primeiro não havia Internet e, quando ela veio, era lentíssima (linha discada).
    Daí, comprar um CD cheio de programas era a salvação.
    Com a banda larga, essas revistas ficaram aos poucos sem sentido.
     
  • Um mundo em extinção

    Cora Rónai   09/08/2018    
    Não preciso que boas publicações sobrevivam só como jornalista, mas sobretudo como leitora

    Sou apaixonada por revistas. Ou talvez seja mais honesto dizer que fui apaixonada por revistas, se por “revistas” entendermos a sua forma clássica, em papel. Sempre gastei com elas mais do que podia, ou do que mandava o bom senso. Comprava-as aos quilos nas bancas e, ao longo da vida, em diferentes momentos, tive assinaturas da “New Yorker”, da “Time”, da “National Geographic”, da “Scientific American”, da “Wired”, da “Photo”…

    Às vezes essas revistas eram mais caras do que livros, e eu fazia ginástica mental para justificar a despesa. Algumas, como a “PC Magazine” ou a “Byte”, eram fundamentais para o meu trabalho; outras, como a “Vanity Fair” ou a “Architectural Digest”, eram fundamentais para que eu não virasse uma pessoa monotemática, inteiramente absorvida pelo trabalho. Eu precisava da “Travel + Leisure” para saber aonde ir (ou de onde fugir) e da “The Economist” para entender o mundo. Comprava as francesas para não esquecer o meu francês, e as italianas porque precisava melhorar o meu italiano. As brasileiras, de que perdi a conta, se justificavam sozinhas: eram, afinal, parte da minha profissão.

    Sentia uma ponta de culpa quando via as pilhas parcialmente lidas pelos cantos, e jurava que ia me emendar a partir da próxima semana; mas aí passava por acaso numa banca, e mais uma vez não resistia àquela festa.

    Eu vinha aos Estados Unidos — escrevo esta semana de Nova York — e morria de inveja dos americanos. Não pelo país ou pelo estilo de vida, mas pelas bancas de jornais. Em algumas era possível encontrar, e talvez ainda se encontrem, publicações de toda parte. Eu passava horas folheando páginas em que não entendia uma única palavra só para ver como eram feitas, e para descobrir, pelas fotos, o que interessava às pessoas de outros países. Saía carregada, mas essas eram despesas fáceis de justificar: onde eu encontraria aqueles tesouros?

    Já não lembro mais, porém, quando foi a última vez que pisei num desses admiráveis resumos do mundo. Continuo viciada em revistas, só que hoje leio as suas versões digitais. Não sei se estou feliz com a troca, mas é assim; meus hábitos, como os de tantos outros leitores, mudaram radicalmente com a internet. Sinto falta de folhear as páginas mágicas e coloridas mas, paradoxalmente, não sinto a menor falta da papelada. Tenho duas estantes cheias de antigos exemplares da “Wired” e da “National Geographic” (nunca consegui jogar fora uma “National Geographic”), mas entendo que o seu tempo passou.

    Hoje talvez até leia mais do que lia, mas com certeza gasto bem menos.

    Essa equação cruel é o grande desafio para os grupos editoriais — e é o terror da minha categoria profissional, que, em certos momentos, me parece uma espécie em extinção. O fim simultâneo de tantos títulos da Abril, esta semana, me pareceu um incêndio numa floresta, uma tsunami, o fim dos tempos. Não preciso que boas publicações sobrevivam apenas como jornalista; preciso sobretudo como leitora. Mas de onde vai sair o dinheiro para a produção das revistas se os leitores relutam em pagar por informação na rede?

    Leo Aversa, tão bom cronista quanto fotógrafo, resumiu a situação como ninguém:

    “Cada vez que leio notícias de jornais e revistas fechando me sinto como um urso polar vendo o gelo derreter.”
    https://oglobo.globo.com/cultura/um-mundo-em-extincao-22961043
  • Talvez por isso estejam malhando o Bolsonaro. Já pensou se ele corta toda a verba de publicidade do governo? Do que essas revistas e as redes de televisão, especialmente a Globo, vão viver?
  • Botânico disse: Talvez por isso estejam malhando o Bolsonaro. Já pensou se ele corta toda a verba de publicidade do governo? Do que essas revistas e as redes de televisão, especialmente a Globo, vão viver?

    Isso e as indicações para o STF são os meus melhores argumentos em favor do voto no Bolsonaro.

    A capa da revista Crusoé da semana é o Alckmin.

    https://crusoe.com.br/edicoes/14/ele-nao-e-santo/


    Imaginem outro Gilmar Mendes indicado pelo PSDB? Outro Toffoli? Outro Lewandowis@!$#%!?
    Não, obrigado.
    Ao menos o Bolsonaro dura só 4 ou 8 anos.
  • editado August 2018
    Aliás já teve juiz falando em terminar a carreira AGORA pra que a indicação fique ainda com o Temer, deixando assim menos indicações para o próximo presidente com medo de que seja o Bolsonaro e indique gente menos misturada com a política.

    Por enquanto meu voto é no Bolsonaro ainda no primeiro turno.
    Votaria no Amoedo mas tenho medo que isso de merda e acabe por levar coisa pior pro segundo turno. 
    Já pensaram o Brasil terminar como o RJ na última eleição municipal.
  • SOCIEDADECrise da Abril coloca em xeque modelo brasileiro de jornalismoveja_2594_blur.jpg

    A Abril atribuiu às transformações tecnológicas e à retração econômica a extinção das revistas Cosmopolitan, Elle, Boa Forma, Mundo Estranho, Arquitetura & Construção, Casa Claudia, Minha Casa, Veja RIO e Bebê e a demissão de mais algumas centenas de profissionais.

     É óbvio que a troca do papel pela tela do smartphone alterou a dinâmica do mercado.  As dificuldades enfrentadas pelas editoras brasileiras, entretanto, têm tudo a ver com a gestão do produto e (quase) nada a ver com a “embalagem” oferecida ao leitor.

     O prazo de validade das notícias caiu drasticamente com a popularização da internet e do jornalismo on line. Nesse cenário frenético, faz cada vez menos sentido acordar cedo para ler o resumo de ontem.

     As publicações americanas só recobraram o fôlego quando souberam separar o “online” do “offline” e priorizaram a geração de conteúdo inédito para as plataformas “frias”. Exatamente o que as redações brasileiras, perigosamente enxutas, são impedidas de experimentar e oferecer.

     Quando teremos boas notícias da Abril? Em breve, espero.


    http://teleguiado.com/sociedade/2018/08/crise-da-abril-coloca-em-xeque-modelo-de-gestao-do-jornalismo.html
  • Isso e as indicações para o STF são os meus melhores argumentos em favor do voto no Bolsonaro.

    É uma medida um tanto golpista querer indicar 21 ministros pro STF. Se bem que houve presidente americano que até tentou algo assim. A meu ver, essas indicações têm de ter critérios MUITO RÍGIDOS. O primeiro deles é que o postulante tem de ter pelo menos 20 anos de magistratura (o que elimina o Toffoli, que nem passou em concurso para isso). Depois tem de fazer um concurso e os três melhores colocados seriam sabatinados por uma comissão do Congresso, cujos integrantes seriam sorteados ao acaso. E finalmente nesta sabatina, haveria uma lista de perguntas específicas para que não se torne um chá de velhinhas.
    Acho que isso já melhoraria bem a coisa.
  • @Fernando disse: (e era impressionante como cabia tanta coisa num único disquete de 1.44MB).
     

    E ainda sobrava um espaçozinho pros vírus. Pegamos um tal de "satan.bug(natas)" que infernizou a empresa por  um bom tempo.
  • Bancas de jornal se reinventam para evitar extinção

    Antes presentes a cada esquina das grandes metrópoles, as bancas de jornal têm sofrido uma redução brusca nos últimos anos. Um dado do Sindicato dos Vendedores de Jornais e Revistas de São Paulo de 2012 já apontava o fechamento de uma banca por dia na capital paulista. Parte disso se deve a internet, e outra pela crise editorial generalizada que se estabeleceu no Brasil. Fato é que esses pequenos espaços dedicados a jornais e revistas tem ficado mais escassos e correm risco de extinção.

    “A banca tradicional esta fadada ao fracasso totalmente”, comenta Adriano Campos, consultor do Sebrae-SP. Por tradicional entende-se que vende mídia impressa. “Não acredito que tende a desaparecer porque muitas delas estão em localizações muito estratégicas. O que tende a reduzir bastante é o tipo de produtos que elas tem lá”, completa.

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    Gaspar é dono da Banca Vitória, em São Paulo: hoje jornais e revistas representam apenas 20% do faturamento

    Do mesmo jeito que a Blockbuster foi absorvida pelas Lojas Americanas e os DVDs deram espaço nas prateleiras para barras de chocolate, meias e até eletrônicos, os espaços das bancas serão gradualmente substituídos por esses itens diversos do dia a dia. A banca, como conhecemos, não deve durar muito mais tempo.
    https://gente.ig.com.br/cultura/2018-09-10/bancas-de-jornal-crise.html
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